Revelações
do Intercept Brasil, desta vez em parceria com a revista Veja, apontam que o
procurador Deltan Dallagnol mostrou-se preocupado com eventual absolvição, no TRF-4,
de Adir Assad, operador de propina da Petrobras; em um chat, Dallagnol afirma:
“O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao
Assad” - procurador fez referência ao desembargador do TRF-4 João Pedro Gebran
Neto
247 - Novas revelações
do Intercept Brasil, desta vez parceria com a revista Veja, apontam diálogos
impróprios entre o procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol e o
desembargador do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), em Porto
Alegre, João Pedro Gebran Neto, que atua como relator dos casos da
operação.
Uma parte dos diálogos nos quais Gebran é
citado se refere a Adir Assad, um dos operadores de propinas da Petrobras e de
governos estaduais, preso pela primeira vez em março de 2015. Em setembro, ele
foi condenado pelo então juiz Sergio Moro a nove anos e dez meses de prisão
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Em um chat com outros colegas do MPF,
Dallagnol comenta: “O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas
em relação ao Assad”. O assunto é tema de outra conversa, de 5 de junho de
2017, entre Dallagnol e o procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré, da
força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, que atua junto
ao TRF4.
No diálogo, ocorrido às vésperas do
julgamento da apelação de Assad, Dallagnol mostra-se preocupado com a
possibilidade de Gebran absolver o condenado. Naquele momento, em paralelo, a
força-tarefa negociava com o condenado um acordo de delação (esse acordo seria
fechado em 21 de agosto de 2017).
No chat, Dallagnol aciona Cazarré, que
fica em Porto Alegre, sede do TRF4. “Cazarré, tem como sondar se absolverão
assad? (…) se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir pra adiar agilizar o
acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação…”, escreve
Dallagnol.
“Olha Quando falei com ele, há uns 2
meses, não achei q fisse (sic) absolver… Acho difícil adiar”, responde
Cazarré.
O procurador volta a citar Gebran: “Falei
com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em
relação à prova de autoria sobre Assad…”.
Dallagnol pede ao colega que não comente
com Gebran o episódio do encontro fortuito “para evitar ruído”.
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