O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) decidiu suspender a liminar que determinava a redução
de tarifas em praças de pedágio das concessionárias Caminhos do Paraná e
Viapar. Desde o dia 30 de abril, os motoristas que trafegavam entre as 11
praças de pedágio do Anel de Integração pagavam menos.
As duas
decisões que suspenderam a liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4), que previa redução de 25,77% nas cinco praças da Caminhos do Paraná e
de 19,02% nas seis praças da Viapar, foram do ministro João Otávio de Noronha.
A decisão foi publicada no Diário da Justiça nesta segunda-feira (1º).
Segundo
o despacho, o ministro entende que a redução da tarifa prejudica o usuário da
rodovia e que se for mantida, a estimativa é que as concessionárias enfrentem
prejuízos milionários nos próximos anos o que poderá comprometer a continuidade
dos serviços – incluindo obras – e afetar a segurança dos motoristas.
“Isso porque, ao
reduzir abruptamente a tarifa de pedágio […] a decisão judicial não só
interfere, de maneira precipitada, na normalidade do contrato de concessão mas
também, o que é mais grave, restringe a capacidade financeira da empresa
concessionária, comprometendo a continuidade dos serviços de manutenção e
aperfeiçoamento da malha viária sob sua responsabilidade e, com isso, colocando
em risco a segurança dos usuários”, argumentou Noronha em ambos os despachos.
“É inquestionável, assim, o interesse público envolvido na necessidade de
resguardar a continuidade e a qualidade da prestação de serviço essencial à
população”, finaliza o ministro do STJ.
Pedágios e
Lava Jato
A
decisão do TRF atendeu a um recurso do Ministério Público Federal depois que a
primeira instância da Justiça Federal negou pedido de redução das tarifas e
proibição de novos aditivos nos contratos. De acordo com procuradores da
força-tarefa Lava Jato, os percentuais correspondem à soma de valores ajustados
recentemente e que seriam uma compensação por propina paga a agentes públicos.
A partir da
deflagração da primeira fase da Operação Integração, com o avanço das
investigação, a análise de todas as provas reunidas e os dados reunidos e
acordos de colaboração premiada firmados por alguns investigados foi possível
identificar a existências de núcleos específicos e organizados que atuavam de
forma criminosa para explorar e obter benefícios indevidos a partir dos
contratos de concessão de rodovias federais no Paraná. A ação apura casos
de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no
Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.
De acordo com o
TRF, a redução da tarifa até o fim dos contratos, que se encerram em 2021,
seria o mínimo de reparo financeiro que as empresas poderiam assumir diante de
benefícios indevidos que prejudicaram a coletividade desde o início da
concessão.
Fonte:
Paranaportal
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