segunda-feira, 1 de julho de 2019

Em greve há sete dias, servidores montam vigília na sede do governo do PR

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Foto: Divulgação/APP-Sindicato

Depois de sete dias de greve e nenhuma proposta do governo do Paraná, os servidores estaduais montam uma vigília em frente ao Palácio Iguaçu, sede do Poder Executivo. O acampamento foi levantado nesta segunda-feira (1°) na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. O espaço também fica em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Os trabalhadores denunciam uma defasagem de até 17% nos salários, resultado de quatro anos seguidos de vencimentos congelados. Sem reajuste desde 2016, as categorias pedem pelo menos a reposição da inflação do último ano, calculada em 4,94% segundo o índice IPCA.
Nesta segunda-feira (1°), milhares de servidores participaram de uma marcha pela região central de Curitiba para denunciar os 42 meses de salários defasados. Segundo o Fórum de Entidades Sindicais (FES), que coordena a greve estadual, 15 mil trabalhadores participaram dos atos nas Praças Santos Andrade e Nossa Senhora de Salete.

Militares também estão mobilizados

Termina nesta segunda-feira (1°) o prazo para que o governador Ratinho Junior (PSD) apresente uma proposta concreta para o pagamento da data-base do funcionalismo público estadual. Policiais militares e bombeiros concederam ao governo o prazo extra solicitado na semana passada, quando a greve foi deflagrada.
No entanto, os militares ainda aguardam a proposta prometida. O sindicato que representa a categoria lembra que “a data-base é um direito constitucional que está sendo negado pelo quarto ano consecutivo”. Embora cumpram as limitações impostas pela Constituição, os militares também apoiam as reivindicações.
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Além da reposição salarial de pelo menos 4,94%, as categorias reivindicam o arquivamento do PLC 04/19 (Projeto de Lei Complementar). A proposta enviada pelo governo do estado à Assembleia Legislativa pretende congelar por 20 anos todas as promoções, progressões, quinquênios, anuênios e demais direitos dos servidores públicos.

Professores, agentes penitenciários e servidores da agricultura acampam por proposta

Outras categorias mobilizadas dão início nesta segunda-feira (1º) a um acampamento em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Em greve desde a última terça-feira (25/06), os trabalhadores afirmam que manterão vigília, dia e noite, até que uma proposta concreta seja apresentada.
No sétimo dia de greve, a adesão dos professores e funcionários da educação alcança mais de 80% das escolas, segundo a APP-Sindicato, que representa a categoria. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) diz que calcula uma adesão de 44,2% de um total de 2.143 escolas estaduais.
A greve continua e vamos avaliar dia-a-dia. Entendemos que não há condições [de resolver o conflito] sem que o governo apresente alguma proposta em relação ao salário e às outras reivindicações que estão em pauta”, disse o presidente da APP-Sindicato Hermes Leão.
Os servidores lembram que as negociações têm se arrastado desde os primeiros 100 dias de governo.
“Desde março estamos nos reunindo com o governo e não tivemos respostas, apesar das promessas do governador durante a campanha. Diálogo se faz com respostas. Não tivemos nenhuma, por isso iniciamos a greve”, explicou a coordenadora do Fórum de Entidades Sindicais, Marlei Fernandes.

Governo não cede

Os sete dias de paralisação não foram suficientes para avançar as negociações. Enquanto os servidores paralisados afirmam que não voltam ao trabalho sem proposta, o governo estadual diz que não irá apresentar propostas enquanto a greve continuar.
“No Governo do Estado, quem faz greve não vai ter conversa“, disse Ratinho Junior, na semana passada. “Nós vamos trabalhar com quem tem diálogo, com quem quer realmente construir uma proposta, com responsabilidade de não deixar o estado ser quebrado”, completou.
O governador mantém a posição de que o estado não tem condições financeiras de arcar com o reajuste. Segundo a Secretaria de Comunicação do Paraná, a folha de pagamento do funcionalismo custa, atualmente, R$ 17 bilhões ao ano. O recomposição pedida pelos servidores custaria, segundo o governo, mais R$ 1 bilhão anualmente.
Fonte: Paranaportal

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