O
procurador Deltan Dallagnol pediu passagem e hospedagem no parque aquático
Beach Park para ele, a mulher e os dois filhos como condição para dar palestra
na Federação das Indústrias do Ceará; outro detalhe é que, na conversa com
Sérgio Moro, Dallagnol festejou o fato de não ter sofrido punição de órgãos de
fiscalização por dar palestras
247 - O procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol
pediu passagem e hospedagem no parque aquático Beach Park para ele, a mulher e
os dois filhos como condição para dar palestra sobre combate à corrupção na
Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), em julho de 2017. E cobrou cachê.
“Posso pegar [a data de] 20/7 e condicionar ao pagamento de
hotel e de passagens pra todos nós”, disse o procurador à esposa dele. O teor
dos diálogos foi obtido pelo site The Intercept Brasil em parceria com o jornal
Folha de S.Paulo e publicado pela coluna de Mônica
Bergamo.
Um mês depois, o
procurador fez propaganda da Fiec para convencer o então juiz Sérgio Moro a
aceitar um convite da entidade. “Eu pedi pra pagarem passagens pra mim e
família e estadia no Beach Park. As crianças adoraram”, disse Dallagnol. “Além
disso, eles pagaram um valor significativo, perto de uns 30k [R$ 30 mil]. Fica
para você avaliar.”
Outro detalhe é que, na conversa com Moro,
Dallagnol festejou o fato de não ter sofrido punição de órgãos de fiscalização
por dar palestras. “Não sei se você viu, mas as duas corregedorias —[do] MPF
[Ministério Público Federal] e [do] CNMP [Conselho Nacional do Ministério
Público]— arquivaram os questionamentos sobre minhas palestras dizendo que são
plenamente regulares”, disse.
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