A Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal vai receber nesta quinta-feira
(11), às 11 horas, o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The
Intercept Brasil, para falar sobre os vazamentos de supostas conversas entre o
ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da
Operação Lava-Jato.
O convite ao jornalista partiu do senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sob alegação de que o conteúdo revelado “traz
enorme preocupação no que diz respeito a uma possível interferência em
processos, na contramão do princípio da imparcialidade, que deve balizar a
conduta de membro do Ministério Público e do Poder Judiciário”.
Segundo Randolfe, o jornalista vem
sofrendo publicamente ataques de setores do governo, inclusive de Sergio Moro,
que vem questionando a veracidade dos diálogos. “Logo, a presença do autor
dessas impactantes reportagens a esta comissão é fundamental para o
esclarecimento de um assunto que vem trazendo enorme repercussão no país. É a
oportunidade para que ele traga as explicações que considera necessárias à
sociedade brasileira”, escreveu Randolfe em seu requerimento.
Desde 9 de junho, as reportagens assinadas
por Glenn Greenwald no site Intercept e em outros meios de comunicação têm
mostrado supostas trocas de mensagens pelo aplicativo Telegram entre Moro e
procuradores, colocando em dúvida a necessária imparcialidade na condução dos
processos judiciais, já que o então juiz aparece orientando os acusadores nos processos
referentes à Lava Jato.
Glenn Greenwald já esteve na Câmara dos
Deputados, onde defendeu a liberdade de imprensa e a transparência e reafirmou
a autenticidade das conversas vazadas. O jornalista afirmou que o site está
enfrentando pessoas poderosas do país, o que resultou em ameaças contra a sua
vida e a de sua família.
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