No
mês passado o então presidente do BNDES, Joaquim Levy, foi demitido pelo Jair Bolsonaro
(PSL). Poderia ter sido uma desavença pontual em relação aos “rumos” da
política de investimentos do banco público. Poderia, mas não. O ex-agente do
sistema financeiro caiu porque se recusou a forjar provas na instituição contra
o PT, partido dos ex-presidentes Lula e Dilma.
Dito isso, a velha
mídia golpista ficou no cio nesta terça-feira (2) com o depoimento do
ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci na CPI do BNDES. Delator na Lava Jato,
cuja narrativa é contra seu ex-partido, o PT, ele repetiu o que os procuradores
de Curitiba gostam de ouvir: os empréstimos a empresas como JBS e Odebrecht
eram cedidos em troca de recursos de campanha para petistas em campanhas
majoritárias e proporcionais.
Mentira ou verdade nesses tempos de fake
news pouco importa para os jornalões alinhados à dilapidação do patrimônio
público (vide o caso das criminosas privatizações e da reforma da previdência).
Em época de Lava Jato e de pós-verdade, quando a versão é mais importante do
que os fatos, o depoimento de Palocci a portas fechadas caiu como uma luva.
A delação de
Palocci poderia ser retratada a qualquer momento, caso ele desse uma nova
versão aos supostos empréstimos do BNDES nos governos petistas. A consequência
seria sua volta à prisão. Ou seja, o depoimento de ontem ocorreu sob signo do
vício da falta de vontade.
Palocci jurou que teria repetido à CPI,
segundo os jornalões, os anexos da delação em poder da Procuradoria-Geral da
República que versam sobre o “pagamentos de vantagens indevidas ao Partido dos
Trabalhadores, intermediado por Paulo Bernardo, no valor de R$ 64 milhões de
reais, em razão do auxílio político concedido à empresa Odebrecht, no tocante
ao aumento de linha de crédito junto ao BNDES para atuação da empresa nos
empreendimentos existentes em Angola”.
Note o caríssimo leitor que o depoimento
de Palocci só ganhou relevância para abafar o chocolate que o ministro Sérgio
Moro levou na CCJ da Câmara. Durante mais de 7 horas, o ex-juiz da Lava Jato
“apanhou” como gente grande. Até foi chamado de “juiz ladrão” pelo
deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Moro aproveitou a confusão para fugir da
sessão.
Fonte:
Blog do Esmael
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