Responsável
direta pela ascensão de Jair Bolsonaro, ao promover uma campanha pela prisão
ilegal do ex-presidente Lula e pela fraude eleitoral de 2018, a Globo provou
que merece ter Jair Bolsonaro no seu encalço. Ao criticar o fato de Bolsonaro
ter mentido e falsificado a história ao atacar Miriam Leitão, a Globo também
atacou o PT por ter feito críticas democráticas à jornalista
247 – A Globo não
conseguiu criticar Jair Bolsonaro, que ontem mentiu e falsificou a história, ao
dizer que a jornalista Miriam Leitão não foi torturada e pretendia participar
da luta armada, sem também atacar o Partido dos Trabalhadores, alvo de uma
campanha de ódio e desinformação promovida pela emissora há vários anos.
Confira, abaixo, a nota da Globo sobre o caso:
O presidente recebeu
hoje um grupo de jornalistas estrangeiros para um café da manhã. Os jornalistas
cobraram do presidente um comentário sobre o ato de intolerância de que foi
vítima a jornalista Miriam Leitão no fim de semana. Miriam e o marido, Sérgio
Abranches, participariam de uma feira literária em Jaraguá do Sul, Santa
Catarina.
Em redes sociais,
foi organizado um movimento de ataques e insultos à jornalista, cuja postura,
de absoluta independência, foi tratada como um posicionamento político de
esquerda e de oposição ao governo Bolsonaro. Em resposta aos correspondentes
internacionais, o presidente Jair Bolsonaro disse que sempre foi a favor da
liberdade de imprensa, e que críticas devem ser aceitas numa democracia.
Mas, depois,
afirmou que Miriam Leitão foi presa quando estava indo para a guerrilha do
Araguaia, para tentar impor uma ditadura no Brasil. E repetiu, duas vezes, que
Miriam mentiu sobre ter sido torturada e vítima de abuso em instalações
militares durante a Ditadura Militar que governava o país então. Essas
afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio.
Em defesa da verdade histórica, e da honra da jornalista Miriam Leitão, é
preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente.
Miriam Leitão
nunca participou ou quis participar da luta armada. À época militante do PCdoB,
Miriam atuou em atividades de propaganda. Ela foi presa e torturada grávida,
aos 19 anos, quando estava detida no 38º Batalhão de Infantaria em Vitória. No
auge da Ditadura de 64, em 1973, Miriam denunciou a tortura perante a primeira
auditoria da Aeronáutica no Rio, enfrentando todos os riscos que isso
representava na época. Narrou seu sofrimento aos militares e ao juiz auditor, e
esse relato consta nos autos para quem quiser pesquisar.
A jornalista foi
julgada e absolvida de todas as acusações formuladas contra ela pela Ditadura.
A absolvição se deu em todas as instâncias. É importante ressaltar que Miriam
Leitão, ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores, foi também alvo
constante de ataques. Não questionaram como agora o sofrimento por qual passou
na Ditadura, mas a ofenderam em sua honra pessoal e profissional.
Em discursos do
ex-presidente Lula em palanques, e até mesmo a bordo de avião de carreira,
quando Miriam Leitão ouviu insultos e ofensas por parte de militantes petistas
que então lhe chamavam de neoliberal e direitista. Esses insultos, no passado,
como agora, em sinais trocados, demonstram a maior das virtudes de Miriam como
profissional: a independência em relação a governos, sejam de esquerda, de
direita ou de qualquer tipo. A Globo aplaude essa independência, pedra de toque
do jornalismo profissional e se solidariza com Miriam Leitão.
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