O Partido dos Trabalhadores lançou uma nota rechaçando a
interceptação telefônica e espionagem no escritório de advocacia dos
representantes do ex-presidente Lula; a operação produziu relatórios que
detalharam ao menos 14 horas de conversas entre os defensores do ex-presidente;
na visão do PT, "é criminosa e atenta contra as mais básicas conquistas da
civilização a espionagem dos advogados do ex-presidente Lula"
247 - O Partido
dos Trabalhadores (PT) lançou uma nota rechaçando a divulgação de interceptação
telefônica e espionagem no escritório de advocacia de representantes do
ex-presidente Lula. Segundo informações publicadas no jornal Folha de S.Paulo,
a Lava Jato produziu relatórios que detalharam ao menos 14 horas de conversas
entre os defensores do ex-presidente. Na visão do Partido dos Trabalhadores,
"é criminosa e atenta contra as mais básicas conquistas da civilização a
espionagem dos advogados do ex-presidente Lula".
Leia a íntegra da nota:
É criminosa e atenta contra as mais
básicas conquistas da civilização a espionagem dos advogados do ex-presidente
Lula, por parte do ex-juiz Sergio Moro, procuradores e policiais federais da
Lava Jato.
Os gravíssimos fatos revelados hoje
(06/06) pela Folha de S. Paulo mostram que as conversas telefônicas entre os
advogados de Lula foram grampeadas ilegalmente e monitoradas em tempo real por
aqueles que o acusaram e julgaram. Pelo menos 14 horas de conversas foram
analisadas por agentes da PF, de acordo com o jornal.
O grampo autorizado por Moro violou
frontalmente o Artigo 7º. do Estatuto da Advocacia, que garante a
inviolabilidade da correspondência e das comunicações telefônicas de advogados
no exercício da defesa.
A conduta do ex-juiz foi repreendida ainda
em 2016 pelo ministro Teori Zavascki, ocasião em que Moro alegou ter cometido
"um equívoco". Agindo com absoluta má-fé e desobedecendo decisão do
Supremo, Moro deixou de destruir as gravações conforme determinado. E sabe-se
agora que serviram a uma condenação ilegal e injusta.
A utilização de informações obtidas
ilegalmente sobre a estratégia da defesa deve produzir, na vigência dos estado
de direito democrático, a anulação do processo contra Lula, que está preso sem
ter cometido nenhum crime.
As ações criminosas do ex-juiz, dos
procuradores e policiais da Lava Jato deveriam ter sido objeto de sanções
disciplinares e penais. Estes agentes do Estado, no entanto, foram premiados
com altos cargos do serviço público, o que demonstra a utilização política e
eleitoral da Lava Jato.
Os graves fatos revelados hoje somam-se à
lista de arbitrariedades e violações cometidas por Moro e pela Lava Jato, a
pretexto de combater a corrupção: conduções coercitivas contrárias à lei,
prisões sem fundamento, benefício a criminosos com objetivos políticos, o
grampo da então presidenta da República e tantas outras aberrações.
O Brasil e o mundo já sabem o suficiente
para exigir a anulação do processo contra Lula e o julgamento dos crimes
cometidos contra sua liberdade. A História ainda vai revelar muito mais sobre
esse vergonhoso capítulo que vivemos.
Lula Livre!
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