Diretora sindical dos petroleiros do Rio Grande do Sul,
Miriam Cabreira falou, no 3º Encontro de Assinantes do 247, em Porto Alegre,
sobre a importância da Petrobrás para a soberania nacional e lembrou da época
em que havia muita oferta de emprego para engenheiros, antes de a Lava Jato
transformá-los em obras paradas; "Quem visita o estaleiro do Rio Grande
sai com vontade de chorar. Eram 25 mil funcionários e agora é mato",
ressaltou; assista
247 - A diretora sindical dos petroleiros do Rio Grande do
Sul, Miriam Cabreira, explicou no 3º Encontro de Assinantes do 247, em Porto
Alegre, como a Lava Jato atacou a Petrobrás e como estes ataques prejudicam a
soberania popular do Brasil. Ela também fez uma retrospectiva histórica da
petroleira e afirmou que, ao atacar a Petrobrás, ataca-se também a soberania
nacional. "Nesse contexto em que a gente está vendo como a Petrobrás está
sendo atacada e aí os petroleiros têm esse desafio de mostrar para a população
brasileira como é central o ataque à Petrobrás e como atacando a Petrobrás tu
ataca todas as relações de trabalho, principalmente a soberania nacional e não
é à toa que a Lava Jato foi instrumentalizada para atacar a Petrobrás e manchar
o nome da Petrobrás".
A sindicalista fez
um apanhado histórico da empresa desde a ditadura militar até a descoberta do
pré-sal e como a orientação da Petrobrás foi mudando de acordo com os períodos
que se passavam. "Hoje, nós, petroleiros e petroleiras, usamos esse jaleco
em todos os eventos que é para mostrar o quê? A gente tem orgulho de trabalhar
na Petrobrás, a gente tem orgulho de servir o nosso país porque a gente sabe
como é estratégico para o desenvolvimento, para um projeto de nação uma empresa
de energia no setor de petróleo", disse.
"Então se a gente fizer um apanhado
histórico bem rápido da Petrobrás, a Petrobrás viveu maior parte da vida na
ditadura militar, depois teve um período ali nos anos 90 e depois o período do
Lula e da Dilma. No período da ditadura militar tiveram investimentos na
Petrobrás, tiveram investimentos na prospecção e foi descoberta a Bacia de
Campos. Depois, na década de 90, quando mudou o governo, foi mudada a
orientação de como a Petrobrás deveria se portar e a Petrobrás então perdeu o
monopólio do petróleo e parou de prospectar de petróleo. Mas em 2003, quando
mudou o governo, mudou novamente a orientação de como a Petrobrás deveria agir
no país para a gente poder viabilizar o nosso projeto de soberania e
desenvolvimento social. Então a Petrobrás buscou desenvolver novas áreas de
petróleo, com isso chegamos ao pré-sal, então hoje todo mundo pode falar do
pré-sal com o maior orgulho e dizer que foi a Petrobrás que descobriu e dizer
que foi a Petrobrás que desenvolveu a tecnologia para tornar economicamente
viável e dizer que hoje mais da metade da produção de petróleo no Brasil vem do
pré-sal", resgatou.
Miriam Cabreira explicou que a partir da
descoberta do pré-sal houve a necessidade de se criar legislações que
garantissem o uso do petróleo brasileiro para o povo brasileiro.
"E aí, quando a gente viu toda essa
potencialidade, a gente teve que mudar a legislação, a gente teve que criar
legislação nova justamente para poder apropriar todos os benefícios que essa
grande riqueza tem para o nosso país. Com isso foi criada a lei da partilha,
foi criado o fundo soberano e foi criada a política de conteúdo local, e aí é
que a gente dialoga com essa questão do mundo do trabalho. Quando foi criada a
política de conteúdo local a gente não só gerou empregos para os nossos brasileiros
e brasileiras, a gente gerou empregos de altíssima qualidade, a gente
desenvolveu a nossa engenharia, a gente desenvolveu a nossa área técnica, a
gente tinha a possibilidade de trabalhar nos melhores empregos que em outros
países têm: o desenvolvimento de tecnologia, afinal de contas, qual é o país
desenvolvido que não detém conhecimento em tecnologia?. Quando foi descoberto o
pré-sal foi pensado tudo isso, foi pensado um modelo estruturado, sustentável
de desenvolvimento para o nosso país. No momento em que a Petrobrás começa a
ser atacada esse modelo de desenvolvimento sustentável é o primeiro foco".
"No momento que a Petrobrás começa a
ser atacada, esse modelo de desenvolvimento sustentável é o primeiro foco. Quem
aqui conhece Rio Grande, a maioria aqui é do Rio Grande do Sul né, todo ano eu
vou lá e praticamente chorei. Porque quando tu vai chegando em Rio Grande, tu
enxerga aquele guindaste escrito 'Estaleiro Rio Grande'. E quando tu chega lá,
é um mato dessa altura. E aí se tu parar para pensar, há quatro anos tinham 26
mil trabalhadores trabalhando lá. As pessoas desenvolvendo as universidades
para a gente poder oferecer a mão de obra qualificada. Eram trabalhadores
formais, de carteira assinada, técnicos. Em 2011 eu entrei no curso de Engenharia
com essa perspectiva, vivíamos um apagão de engenheiros, e em 2018, quando eu
me formo, o que eu vou ser? Motorista de uber?", pergunta.
Ela também criticou o bordão do presidente
Jair Bolsonaro que defende o Brasil acima de tudo, já que no atual governo o
principal pilar para a soberania nacional, segundo a petroleira, está sendo
duramente atacado. "Eu acho engraçado o cara dizer 'Brasil acima de tudo'
porque na verdade é 'Brasil abaixo de tudo' porque só nós é que estamos
defendendo a soberania, só nós é que estamos preocupados que é a estatal
chinesa que está comprando a distribuição de energia elétrica, que está
comprando refinaria, que é a estatal chinesa que está se apossando do nosso
petróleo, eles não estão preocupados, eles que defendem o Brasil acima de tudo.
Então quando a gente defende a Petrobrás como estatal, para cumprir o papel
dela de desenvolvimento econômico e social, é justamente porque a gente sabe
que somente com soberania energética é que a gente vai conseguir promover esse
desenvolvimento sustentável, e atacando a Petrobrás tu ataca o principal pilar
de ter um país soberano, tu ataca a soberania energética".
Ela ainda explicou que o pré-sal e as
refinarias garantem ao Brasil independência em relação ao mercado de petróleo
mundial. "A gente tem que defender a Petrobrás como estatal, a gente tem
que defender que a Petrobrás não se desfaça de nenhuma refinaria, quando a
Petrobrás se desfizer das refinarias acabou todo o nosso projeto porque se a
gente desenvolveu o pré-sal foi justamente para não depender da flutuação, para
a gente não defender da geopolítica do petróleo, para a gente dizer o seguinte:
'eu tiro o petróleo a US$ 40, meu custo de refino é US$ 2,9, eu tenho que ter
um dinheiro para remunerar a Petrobrás, então o custo do meu combustível é
tanto'. E se tem guerra lá na Síria ou se tem dumping em determinado lugar a
gente tem o nosso mercado protegido, é para isso que a gente investe em
soberania energética e aí defender a não privatização de refinarias é essencial
porque se as refinarias forem privatizadas a gente quebra a cadeia. Então
defender que o pré-sal é para o povo brasileiro é tão importante quanto
defender que a Petrobrás não pode vender nenhuma refinaria, se as outras
empresas querem entrar aqui no mercado, excelente, elas também estão explorando
no pré-sal, elas também são cadeia integrada, venham aqui, instalem uma
refinaria e venham fazer a competição conforme o modelo liberal diz. Eles têm
que vir aqui e abaixar o preço, eles têm que vir aqui fazer competição e abaixar
o preço, e não nós temos que subir o preço para os concorrentes entrarem".
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