O
empresário Léo Pinheiro, da OAS, só passou a ter credibilidade para a
força-tarefa da Lava Jato depois que mudou sua versão e passou a acusar o ex-presidente
Lula e dizer que as reformas no triplex do Guarujá eram contrapartida por
contratos na Petrobrás. Ou seja: só virou um delator depois que disse
exatamente aquilo que a Lava Jato exigia que dissesse
247 – O ex-presidente Lula vem sendo mantido como preso político há
mais de um ano em razão de uma delação premiada forjada pelo Ministério
Público. É o que prova o novo lote de mensagens da Vaza Jato, divulgado neste
domingo pela Folha de S. Paulo, em parceria com o Intercept.
"O empreiteiro que incriminou o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) no caso que o levou à prisão foi tratado com
desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se
dispôs a colaborar com as investigações, segundo mensagens privadas trocadas
entre procuradores envolvidos com as negociações", aponta a reportagem deste
domingo. "Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser
considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o
apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o
líder petista."
A reportagem
lembra que Léo Pinheiro só apresentou a versão usada para condenar Lula
em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a
Lava Jato. Os diálogos examinados pela Folha e
pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da
empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas — e sugerem que o
depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores
voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira
proposta de acordo." Ou seja: Léo Pinheiro foi levado a incriminar Lula
para ter sua delação aceita.
O empreiteiro foi recebido com ceticismo
desde o início. “A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o
sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores,
Paulo Roberto Galvão, no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta
da empresa mas não nos comprometemos com nada.”
Leia aqui a íntegra
da reportagem.
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