sábado, 15 de junho de 2019

Moro diz “não reconhecer” novos diálogos, mas não apresenta originais


Reprodução
O ministro da Justiça Sergio Moro divulgou nota neste sábado (15) para dizer que "não reconhece a autenticidade" dos novos trechos vazados de conversas com os procuradores da Lava Jato; apesar dos procuradores não entregarem os celulares para perícia da PF, para averiguar a suposta invasão de hackers, Moro quer que o The Intercept apresente os documentos para comprovar a veracidade
247 - Depois de admitir a veracidade das conversas, afirmando ter cometido um "descuido" ao comentar o conteúdo das conversas reveladas pelo The Intercept, o ministro da Justiça Sergio Moro divulgou nota neste sábado (15) para dizer que "não reconhece a autenticidade" e que não vai comentar o ele chama agora de "supostas mensagens".
Novos trechos divulgados fica evidente que a função de coordenador informal da operação estava realmente a cargo do atual ministro da Justiça. Num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando, fica patente o pedido do ex-juiz a procuradores para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula.
"O Ministro da Justiça e Segurança Pública não reconhece a autenticidade e não comentará supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas", diz um trecho da nota divulgada pelo Ministério da Justiça. Moro parece seguir a estratégia do seu presidente Jair Bolsonaro que ora afirma e depois desdiz o que afirmou. 
O ministro ainda diz que o The Intercept deve apresentar o material obtido "para que sua integridade seja certificada".
Nos últimos dias os procuradores da Lava Jato sustentam que foram alvo de hackers que invadiram seus celulares se passando por supostos jornalistas. Mas os aparelhos dos procuradores não foram entregues para perícia da Polícia Federal, que é comandada por Moro. Apesar disso, o ministro quer impor ao The Intgercept a comprovação das conversas obtidas.
Outra contradição aparece em entrevista concedida por Moro em que ele tenta justificar o fato de ter instruído o Ministério Público na preparação da denúncia contra o ex-presidente Lula, afirmando se tratar apenas de um "descuido meu".


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