sexta-feira, 7 de junho de 2019

Indústria pagou o pato do apoio da Fiesp ao golpe contra Dilma em 2016


Ayrton Vignola
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi o padrinho do pato amarelo que se tornou um dos símbolos da campanha pela derrubada de Dilma Roussef e conduziu a entidade da indústria paulista a apoiar o golpe; agora, a indústria colhe os resultados da aventura de Skaf: 1,33 milhão de empregos cortados entre 2014 e 2017 e um saldo de 17 mil empresas fechadas; ao final de 2017, as indústrias ocupavam 7,7 milhões de pessoas, o menor patamar desde 2007
247 - O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi o padrinho do pato amarelo que se tornou um dos símbolos da campanha dela derrubada de Dilma Roussef e conduziu a entidade da indústria paulista a apoiar o golpe de Estado de 2015-2016. Agora, a indústria colhe os resultados da aventura de Skaf: segundo o IBGE, entre 2014 e 2017 foram cortados 1,33 milhão de empregos no setor e há um saldo de 17 mil empresas fechadas. Ao final de 2017, as indústrias ocupavam 7,7 milhões de pessoas, o menor patamar desde 2007.
Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2017, divulgada nesta quinta (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela indica que  as indústrias empregavam 7,7 milhões de pessoas no fim de 2017 -o menor patamar  em 10 anos; em 2007 eram 7,457 milhõe. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, que inclui os setores foral e informal, o pessoal ocupado na indústria geral encolheu em 131 mil vagas no fim de 2018, na comparação com o fim do ano anterior.
Segundo a pesquisa divulgada ontem, a indústria de transformação continua líder em emprego, respondendo por 97,5% do pessoal ocupado em 2017. Seus segmentos com maior representatividade são a fabricação de produtos alimentícios (23,3%) e a confecção de artigos do vestuário e acessórios (8,2%). Nas indústrias extrativas, as maiores participações são na extração de minerais metálicos (41,4%) e não metálicos (41,1%).
Já a receita líquida das empresas do setor industrial atingiu R$ 2,97 trilhões em valores correntes em 2017, o que representa crescimento de 1,8% em relação ao ano anterior. Apesar de positivo no curto prazo, a receita segue 7,7% abaixo da registrada há quatro anos, com destaque para a queda mais intensa nas indústrias extrativas (-16,9%).
O instituto detalhou ainda que 69,6% da receita líquida do setor estava nas mãos de companhias de grande porte, ou seja, com 500 ou mais funcionários. Isso equivalia a R$ 2,1 trilhões em valores correntes de receita. Essa proporção não era muito diferente uma década atrás, quando estava em 69,4%.
O levantamento abrange um universo de 318.285 empresas ativas, com uma ou mais pessoas ocupadas. No fim de 2013, esse universo era maior, formado por 334.976 empresas.

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