(Foto: Sergio Rodrigo) |
Faleceu em
Apucarana, nesta quinta-feira (6) o Sr. Pedro Agostinete Preto, pai do
ex-prefeito Beto Preto e atual secretário da saúde do Paraná. Considerado um
dos pioneiros da cidade, completaria 80 mês que vem.
Ele vinha lutando há meses com problemas
de saúde, e morreu por insuficiência cardíaca, no Hospital da Providência,
onde estava internado.
Os detalhes sobre o velório e sepultamento
serão informados em breve pela família.
Em 2013, Sr. Pedro Pedro que foi uma das
vítimas da ditadura prestou depoimento durante a segunda audiência pública
da Comissão da Verdade do Paraná, no Cine Teatro Fênix, em Apucarana.
O apucaranense Pedro Preto lembrou bem dos
momentos difíceis que ele e outros companheiros passaram durante o regime da
ditadura militar. Em 1975, ele foi preso em casa à noite, com 36 anos de idade,
na frente da esposa Maria Tereza e dos filhos Beto Preto, com 7 anos e meio de
idade, e Luciana, com 5 anos.
A prisão foi feita por agentes da DOPS, de
Curitiba, sob o comando do capitão Ismar Moura Romariz.Também foram presos
outros companheiros, como José Caetano de Souza e Ceslau Raul Canievski,
acusados de tentar organizar o Partido Comunista na cidade.
Naquela época, não se podia falar em
políticas nos bares ou em rodinhas de amigos. No caso de Apucarana,eles foram
acusados de discutir a criação do PCB dentro de um fusca, o que não era
verdade. Pedro Preto diz que houve apenas uma reunião numa chácara, onde eles
foram ouvir uma pessoa comunista de São Paulo que passou pelo Norte do Paraná
para expor as ideias do partido.
Mais tarde esta pessoa foi presa em São
Paulo. Eles foram levados para Curitiba, onde primeiro ficaram num quartel
militar e depois transferidos para a prisão do Ahu. Ali os presos vestiam
apenas uma bata, sem nenhuma roupa por baixo, e eram torturados durante
depoimentos. Pedro Preto diz que não passou por tortura porque um dos
torturadores, Pedro Maislowski, havia sido delegado de polícia em Apucarana e o
reconheceu. “Quando ele me viu, ele salvou a minha pele”, declara. Pedro Preto
ficou preso por sete meses e um dia, quando foi relaxada a sua prisão
preventiva. Nesta mesma época foi dada anistia para os presos políticos.
“Tiraram sete meses da fase mais produtiva da minha vida, foi muito difícil”,
afirma Pedro Preto, que na época tinha uma imobiliária e cursava Direito em
Tupã-SP.
Fonte:
TN Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário