Novo conteúdo
divulgado pelo The Intercept mostra os procuradores preparando a estratégia de
ataque contra o Lula; covardemente, eles escolheram a morte da esposa do
ex-presidente, Marisa Letícia, como alvo da nota que iria direcionar as
manchetes dos meios de comunicação; "Eu iria direto na jugular", disse
o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao defender a proposta no grupo de procuradores
247 - Trechos
inéditos das conversas entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava
Jato de Curitiba foram divulgados pelo The
Intercept nesta sexta-feira (14). O novo conteúdo mostra os
procuradores preparando a estratégia de ataque contra o Lula. Um dos alvos
usados foi a esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, que já havia falecido.
A menção à Dona Marisa seria feita na nota
oficial que o Ministério Público iria emitir à imprensa. "Eu iria direto
na jugular", disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima em uma das
conversas no grupo de procuradores.
Santos Lima foi quem recebeu as ordens de
Sergio Moro para que o MPF publicasse uma nota. Na conversa com os
procuradores, Santos Lima ditou a narrativa que foi usada por diversos veículos
da mídia. "Eu iria direto na jugular, falando que culpar quem morreu é uma
tática velha de defesa", escreveu ele, que minutos antes havia dito
que "se fosse para falar" seria do jeito dele, ou seja, tentando
criar a tese que que para se esquivar das acusações, Lula citou a ex-mulher que
morreu vítima de um AVC.
Inicialmente, a estratégia de Santos Lima
não convenceu os demais procuradores. "Ele não reconheceu os crimes e
colocou nas costas dela... ele apenas disse que ela que tratou disso e que ela
mesma não ia comprar no fim... qto ao item apreendido, pulou fora. Vcs que estavam
lá podem avaliar melhor, mas pelo pouco que vi não me pareceu que foi isso.
Foi?", disse Deltan Dallagnol.
Mas a tese prevaleceu e a narrativa foi
traçada pelo procurador Julio Noronha: "... Quanto às muitas
contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, à imputação
de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas
condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre
documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará
oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais", rascunhou
o procurador para aprovação dos demais.
O texto final da nota do MPF trouxe a
menção de Marisa, sendo manchete de diversos veículos de comunicação.
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