Após os quase 2 milhões de pessoas nas ruas, na
quinta-feira (30) pelos atos do #30M, em defesa da educação pública e contra o
arrocho orçamentário promovido pelo governo Bolsonaro na Educação, o próximo
passo dos movimentos sindical, sociais e estudantil é ampliar a mobilização
para a greve geral contra a reforma da Previdência, marcada para 14 de junho
Rede Brasil Atual - Após os quase 2
milhões de pessoas nas ruas, nesta quinta-feira (30) pelos atos do #30M, em
defesa da educação pública de qualidade e o arrocho orçamentário promovido pelo
governo Bolsonaro na Educação, o próximo passo dos movimentos sindical, sociais
e estudantil é ampliar a mobilização para a greve geral contra a reforma da
Previdência, marcada para 14 de junho. "Os (atos dos) dias 15 e 30 foram
importantes na construção do 14 de Junho, para discutir os cortes na educação e
o desmonte da Previdência. Isso mostra que temos força para fazer uma greve
geral enorme", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, que na manhã
desta sexta-feira (31) foi entrevistado pelos jornalistas Marilu Cabañas e
Glauco Faria na Rádio Brasil Atual.
O dirigente, que
também ontem visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba,
reafirmou que as manifestações de ontem foram "muito grandes, capitaneadas
pelo povo da educação, pelos estudantes, pelos trabalhadores, e estamos rumo à
greve geral muito forte dia 14″
e que Lula mostra grande expectativa de que a greve geral "venha para
barrar a reforma da Previdência. Esse governo foi eleito pelos banqueiros, que
estão ávidos por esse filão bilionário da capitalização da Previdência."
Em entrevista ao Brasil de Fato, o
secretário-geral da CUT-SP, João Cayres, enalteceu a importância da unificação
do campo progressista contra o desmonte promovido por Bolsonaro. Na avaliação
do sindicalista, tanto nos atos dos trabalhadores pelo 1º de Maio, com a união
de todas as centrais sindicais, quanto nas mobilizações estudantis recentes, o
povo brasileiro mostra que está disposto a dizer não às reformas que retiram
direitos, precarizam o trabalho, reduzem a renda do trabalhador e aumentam a
desigualdade. "Foi muito bom porque foi um sucesso, e neste momento todo a
gente também está agregando à discussão da Previdência, da Seguridade Social, e
já estamos agregando também para a greve geral a questão dos cortes na
Educação", afirmou.
Para a União Nacional dos Estudantes
(UNE), os próximos passos são mobilizar "a estudantada" para a greve
geral, em que se soma a luta contra os cortes da educação e a "reforma da
Previdência". "A UNE, a União Brasileira de Estudantes Secundaristas
(UBES) e a Associação nacional de Pós Graduandos (ANPG) convocam os estudantes
a se manterem mobilizados, iremos às ruas e nos somaremos à greve geral, no dia
14, convocada por diversos movimentos contra os cortes na educação e a Reforma
da Previdência", declarou a entidade, em nota.
Unificados
Ainda de acordo com a UNE, o segundo dia nacional de mobilização pela educação
foi maior que no dia 15 de maio. A entidade levantou que foram realizados atos
em 208 cidades, com participação de cerca de 1,8 milhão de pessoas. Pelos
cálculos, foram 300 mil pessoas em São Paulo, 200 mil em Belo Horizonte, 100
mil no Rio de Janeiro e o mesmo, no Recife.
"O dia 30 de maio entra para história
do nosso país, quando estudantes, professores, trabalhadores e pais voltaram às
ruas num grande tsunami. Para quem não acreditava, nós estamos aqui. Nós somos
milhões. Nós somos rebeldes. Nós somos questionadores", disse a presidenta
da UNE, Marianna Dias.
"Nós derrotaremos (o governo
Bolsonaro). Bolsonaro não governará enquanto os cortes não forem revertidos.
Essa é a promessa do povo que tá indo pras ruas do Brasil. Bolsonaro, você não
vai ter paz e nós não temos medo de você", acrescentou ela.
O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo,
falou sobre a construção das mobilizações em todos os estados brasileiros.
Segundo ele, a unidade nas ações de trabalhadores e estudantes fortalece todas
as pautas. "As nossas reivindicações por direito e contra cortes
orçamentários são mais do que didáticas e provam mais uma vez ao presidente
Bolsonaro que aqui não há idiotas úteis e nem massa de manobra. Aqui tem luta e
sabedoria popular para barrar todos os retrocessos impostos por este governo de
extrema direita e contrário ao povo", acrescentou.
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