Weintraub diz que o MEC está "em um esforço muito grande
para que o ambiente escolar não seja prejudicado por uma guerra
ideológica", mas usa supostas acusações feitas por bolsonarista para
dizer que professores estão coagindo alunos a irem aos atos; em e-mail enviado
pela assessoria de imprensa do Ministério da Educação a jornalistas, a pasta
aponta apenas um caso, que na verdade seria a realização de uma plenária em
defesa do Ifal, Instituto Federal de Alagoas, e não coação
247 - O Ministério da Educação, comandado por Abraham
Weintraub, faz um esforço para criar um factoide contra as manifestações
realizadas em todo o país em defesa da educação e contra os cortes de verbas da
pasta.
O ministro
publicou um vídeo nesta quarta (29) nas redes sociais informando que, por conta
de denúncias recebidas, decidiu abrir um canal para receber "provas"
de professores que estejam coagindo alunos de escolas públicas a participarem
de manifestações.
"Estamos recebendo aqui no MEC cartas
e mensagens de muitos pais de alunos citando explicitamente que alguns
professores funcionários públicos estão coagindo os alunos, ou falando que eles
serão punidos de alguma forma caso eles não participem das manifestações. Isso
é ilegal. Isso não pode acontecer", afirmou o ministro, pedindo para que
se encaminhem provas para o canal de ouvidoria do ministério.
Weintraub diz que o MEC está "em um
esforço muito grande para que o ambiente escolar não seja prejudicado por uma
guerra ideológica".
No entanto, em email encaminhado à
imprensa, Weintraub dá claras demonstrações de que a guerra ideológica parte do
seu ministério. No email, o MEC diz que "recebeu denúncias via redes
sociais sobre alunos e professores que estariam sendo coagidos a participarem
de atos e manifestações de rua".
Diz ainda que "a Ouvidoria do MEC
também está fazendo um levantamento sobre reclamações de mesma natureza" e
que "irá analisar os casos e encaminhar aos órgãos competentes para
investigação".
No mesmo email, o ministério anexou prints
das "denúncias", no entanto, verifica-se que se trata três sem
qualquer prova fática que comprove tal acusação.
Dois prints apontados pelo MEC
é de um mesmo vídeo. Em uma simples buscas nas redes feita pelo Brasil 247
verificou-se que o vídeo é de uma Plenária em Defesa do Ifal,
realizada no Campus Maceió, em que o professor Wanderlan Porto discursa em
defesa da educação, ou seja, trata-se de um ato público e não de professor
ministrando aula.
Em nenhum momento do referido vídeo
publicado originalmente na página do Sindicato dos Servidores Públicos
Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas, o Sintietfal,
o professor coage ou constrange, apenas denuncia e convoca a mobilização contra
os cortes.
Contradizendo o
discurso de combate a "guerra ideológica", a suposta denúncia partiu
do perfil de uma bolsonarista que tem pelo menos quatro contas ativas no
Facebook e atualizadas diariamente com ataques contra os movimentos sociais, o
PT e recheadas de fake news.
Nas quatro contas, a internauta diz que
mora em Itaqui, no Rio Grande do Sul, e posa com fotos ao lado do marido, um
militar do Exército. Vale lembrar que o vídeo apontado pelo ministro Weintraub
como prova da "doutrinação" em sala de aula é de Maceió.
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