O texto distribuído por Jair Bolsonaro em grupos de
WhatsApp nesta sexta foi lido por dirigentes de partidos como um sinal de que
ele quer uma radicalização extremada para voltar a comandar a cena política; a
mensagem foi interpretada como uma tentativa de incendiar convocatória que
circula nas redes bolsonaristas para ato da extrema-direita em defesa dele,
contra o Congresso e o Supremo, dia 26
247 - O texto
distribuído por Jair Bolsonaro em grupos de WhatsApp nesta
sexta-feira (17) foi lido por dirigentes de partidos como um sinal de que ele
quer uma radicalização extremada para voltar a comandar a cena política. A
mensagem foi interpretada como uma tentativa de incendiar convocatória que
circula nas redes bolsonaristas para ato da extrema-direita em defesa dele,
contra o Congresso e o Supremo, dia 26. Em áudio que chegou ao Planalto e foi
recebido com satisfação, um caminhoneiro fala em "fechar esse Congresso
maldito e interditar esse STF".
Segundo a jornalista Daniela
Lima, presidentes de diversos partidos teriam orientado suas
bancadas "a não reagirem institucionalmente ao artigo divulgado por
Bolsonaro para não dar vazão à teoria conspiratória que ele, agora
pessoalmente, alimenta". Militares que não atuam no Planalto viram com
preocupação a escalada dos fatos desta sexta (17). Dizem que o momento era de
somar esforços, não de dividir.
Pessoas próximas ao clã Bolsonaro atribuem a escalada de radicalização do presidente como reação à série de
derrotas no Congresso e à ofensiva do Ministério Público sobre Flávio
Bolsonaro. A devassa nas contas do filho, com implicações para outros
integrantes do clã, teria abalado Bolsonaro, acrescenta Daniela Lima.
O fato de a mensagem tresloucada do
caminhoneiro ter sido espalhada no Planalto e na cúpula do bolsonarismo dá uma
ideia do clima reinante no governo. Diz o caminhoneiro em seu áudio que "a
parte podre do Congresso —Câmara e Senado—, mais o STF com o apoio da Rede
Globo, estão se unindo para tentar derrubar o capitão". "E a gente
não vai deixar", ele conclui. Mais adiante ele afirma: ""O povo
vai se levantar em favor do presidente para dar a ele salvo-conduto para fazer
o que for necessário. (...) Nem que seja para fechar esse Congresso maldito e
interditar esse STF".
Os meios políticos estão consternados e
preocupados com os rumos que Jair Bolsonaro pretende imprimir à crise nacional.
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