O Papa Francisco escreveu carta ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, preso político há mais de um ano. No texto, Francisco diz que
ora por Lula e pede que o e-presidente 'não deixe de rezar por mim'. A
informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. O Papa
Francisco lamenta ainda "as duras provas que o senhor viveu
ultimamente" e cita a morte de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival
Inácio, e do neto dele, Arthur
247 - O Papa Francisco escreveu carta ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, preso político há mais de um ano. No texto, Francisco diz que
ora por Lula e pede que o e-presidente 'não deixe de rezar por mim'.
A informação é da
coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. O Papa Francisco
lamenta "as duras provas que o senhor viveu ultimamente" e cita a
morte de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival Inácio, e do neto dele, Arthur.
"Não deixe de rezar por mim",
pede Francisco a Lula, dizendo que também ora pelo líder brasileiro. De acordo
com Mônica Bergamo,
"a correspondência é uma resposta a uma carta que o ex-presidente enviou
ao santo padre em março".
O texto traz reflexões religiosas e
filosóficas. Diz que graças ao "triunfo de Jesus sobre a morte", é
possível acreditar "que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá
a mentira e a Salvação vencerá a condenação".
A advogada Carol Proner, que faz parte de
um grupo de estudos no Vaticano e teve acesso à correspondência, diz que
"é uma carta que carrega muitas mensagens, além daquelas de afeto".
Leia a íntegra da carta:
Estimado Luiz Inácio,
Recebi sua atenciosa carta do passado 29
de março, com a qual, além de agradecer a minha contribuição para defesa dos
direitos dos mais pobres e desfavorecidos dessa nobre nação, me confidenciava
seu estado e ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político
brasileiro, o que me será de grande utilidade.
Como assinalei na mensagem para o 52 Dia
Mundial da Paz, celebrado no passado 1 de janeiro, a responsabilidade política
constitui um desafio para todos aqueles que recebem o mandato de servir ao seu
País, de proteger as pessoas que habitam nele e de trabalhar para criar as
condições de um futuro digno e justo. Tal como meus antecessores, estou
convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se
for implementada no respeito fundamental pela vida, liberdade e dignidade das pessoas.
Nesses dias, estamos celebrando a
ressurreição do senhor. O triunfo de Jesus Cristo sobre a morte é a esperança
da humanidade. A sua Páscoa, sua passagem da morte à vida, é também a nossa
Páscoa. Graças a ele, podemos passar da escuridão para luz, das escravidões
desse mundo para liberdade da terra prometida. Do pecado que nos separa de Deus
e dos irmãos para a amizade que nos une a ele. Da incredulidade e do desespero
para alegria serena e profunda de quem acredita, no final, o bem vencerá o mal,
a verdade vencerá a mentira e salvação vencerá a condenação.
Tenho presente das duras provas que o
senhor viveu ultimamente, especialmente da perda de alguns entes queridos, sua
esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto
Arthur de somente sete anos- quero lhe manifestar a minha proximidade
espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em
Deus.
Ao assegurar-lhe minha oração a fim de
que, neste tempo pascal de Júbilo, a luz de cristo ressuscitado o cumule
de esperança, peço-lhe que não deixe de rezar por mim.
Que Jesus o abençoe e a Virgem santa lhe
proteja.
Fraternalmente.
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