A 2ª Promotoria de
Justiça da Comarca de Apucarana solicitou ontem o prosseguimento da ação, com a
intimação dos requeridos para que seja cumprida a decisão liminar
(Foto: Profeta) |
A destinação correta
de 115 mil lâmpadas fluorescentes, uma situação que se arrasta há quase dez
anos, pode estar perto de uma solução. Nesta semana, duas medidas simultâneas
aumentaram a pressão para que as fabricantes executem a logística reversa. O
Ministério Público e o Município pedem o cumprimento da liminar concedida pela
Justiça em 2014 e que concedeu prazo de 30 dias para a retirada do material
estocado na Cocap de Apucarana.
A 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de
Apucarana solicitou ontem o prosseguimento da ação, com a intimação dos
requeridos para que seja cumprida a decisão liminar. A solicitação foi feita
pelo Ministério Público, pois os dois recursos mantidos pela Associação
Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (Abilumi) e pela
Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux) foram negados pela
Justiça.
Para evitar o cumprimento da liminar, a
Abilumi e Abilux ingressaram com uma série de recursos. “Os mais recentes foram
um recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF) e um agravo em
recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como ambos foram
negados, o Ministério Público está solicitando o cumprimento da decisão
liminar, com o recolhimento das lâmpadas irregularmente recolhidas e
armazenadas no barracão da Cocap”, explica Terence Penharbel, assessor jurídico
da Prefeitura de Apucarana.
O prefeito de Apucarana, Junior da Femac,
lamenta os diversos recursos impetrados pelas associações. “Desde setembro de
2014, quando o Município passou a ser, junto como Ministério Público, parte
interessada desta ação, estamos lutando para que a determinação judicial seja
cumprida. Agora, esperamos que tenham fim os recursos e que finalmente Apucarana
possa ficar livre deste passivo ambiental”, frisa Junior da Femac.
O prefeito acrescenta que a disputa
judicial iniciou em 2014, mas o material está estocado na Cocap há cerca de 10
anos. O prefeito lembra que em 2018 foi solicitada uma perícia que contabilizou
114.936 lâmpadas fluorescentes estocadas irregularmente no barracão da
Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap). “Foi
um trabalho minucioso e exaustivo realizado pela perícia, identificando marcas
e modelos dos produtos. Desde então, o material está devidamente separado e já
amarrado em feixes para o transporte”, observa.
NOTIFICAÇÃO
EXTRAJUDICIAL –
Antes mesmo da representação do Ministério Público, a Procuradoria Jurídica do
Município já havia, na semana passada, notificado extrajudicialmente a Abilumi
e Abilux. “Solicitamos o recolhimento de todas as lâmpadas fluorescentes
pós-consumo coletadas pelo Poder Público, dentro do prazo de 30 dias contados a
partir da notificação, em conformidade com a Política Nacional do Meio Ambiente
e com os critérios da logística reversa”, afirma Paulo Sérgio Vital, procurador
jurídico do Município.
De acordo com o secretário municipal de
Meio Ambiente, Sérgio Bobig, a estratégia das notificações extrajudiciais foi
definida no final de abril, durante reunião do “R-20”, que reúne representantes
de municípios e consórcios intermunicipais para a gestão associada da política
nacional de resíduos sólidos.
Até 15 de junho, os municípios paranaenses
deverão enviar notificações extrajudiciais para a Abilumi e Abilux, solicitando
que façam a logística reversa das lâmpadas fluorescentes estocadas pelas
administrações municipais de todo o Estado. “É uma iniciativa que conta com o
apoio do governo do Estado, visando pressionar os fabricantes a cumprirem a
logística reversa”, frisa Bobig, informando que mais de 120 municípios já
notificaram as associações.
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