
O ministro Marco Aurélio, STF, criticou duramente o
presidente da Corte, Dias Toffoli, por sua participação no suposto
"pacto" com os chefes dos demais Poderes, tema de um encontro no
Palácio da Alvorada na última terça-feira: "ele não tem procuração para
isso"; a presença de Toffoli na reunião foi criticada por boa parte do
Poder Judiciário e entidades vinculadas à Justiça
247 - O ministro Marco
Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, na noite desta quarta-feira
(29), que o presidente da Corte, Dias Toffoli, não tem "procuração"
para representar o Judiciário na articulação de um pacto com os chefes dos
demais Poderes: "ele não tem procuração para isso". Ele condenou
duramente a iniciativa de Toffoli, criticada por boa parte do Poder Judiciário
e entidades vinculadas à Justiça.
"Esse problema de comparecer, de
manter uma interlocução, isso aí cada qual define quando está na presidência
(do STF). É o estilo do ministro Toffoli. Temos, de início, que respeitar, nós
do colegiado. Mas ele não compromete de forma alguma o Judiciário, mesmo porque
ele não tem procuração para isso", afirmou Marco Aurélio à jornalista Fernanda
Kracovics de O Globo.
Para Marco Aurélio, o pacto proposto por
Bolsonaro não é viável do ponto de vista do Judiciário: "O pacto é viável
na área administrativa, mas na área jurisdicional não existe, porque o Supremo
é um colegiado. O presidente é o coordenador apenas desse colegiado".
O ministro, que presidiu o STF de 2001 a
2003, disse que jamais seria sua pauta um pacto do tipo: "Não passaria
pela minha cabeça preconizar um pacto e muito menos ir ao encontro dos demais
chefes de Poder, onde fosse, para debater esse pacto".
A participação de Toffoli em um café da
manhã no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira, com Jair Bolsonaro e os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
foi considerada inadequada por juristas e entidades vinculadas ao tema do
Direito. Isso porque, eventualmente, a Corte terá que se posicionar sobre a
constitucionalidade de leis propostas por Legislativo e Executivo e resultantes
do "pacto".
Nenhum comentário:
Postar um comentário