Editorial de Ascânio Sêleme, que dirigiu O Globo e hoje é um
dos principais jornalistas do grupo da família Marinho, diz que está aberto,
livre e desimpedido o caminho para a queda de Jair Bolsonaro, que foi alvo de
protestos de mais de 2 milhões de brasileiros, em cerca de 220 cidades
247 - Em editorial publicado
no jornal O Globo, Ascânio Sêleme, que dirigiu O Globo e atualmente é um
dos principais jornalistas do grupo da família Marinho, diz que está aberto,
livre e desimpedido o caminho para a queda de Jair Bolsonaro, que foi alvo de
protestos de mais de 2 milhões de brasileiros, em cerca de 220 cidades
"O perigo do isolamento de Jair
Bolsonaro é real. Para quem faz tudo para parecer que somente a derrota
interessa, o caminho para o fracasso não poderia estar mais aberto e
desimpedido", diz.
O jornalista reforça que, "em menos
de cinco meses, Bolsonaro teve tantas indisposições nesse campo que já está
tomando café frio".
"Não ganhou um embate importante no
Congresso. Depois de ver estraçalhada sua proposta de reforma administrativa na
comissão criada para analisá-la, o governo experimentou uma derrota fragorosa
ao tentar impedir que o ministro mão de tesoura fosse convocado para se
explicar na Câmara. Enquanto ele dava vexame no plenário, escolas ao redor do
país pararam e foram às ruas em protesto contra o governo. Nem Temer no pior de
seus dias foi tão mal".
De acordo com Sêleme, "não passa um
dia sem que a corte de Jair Bolsonaro cometa um atentado contra seu próprio
patrimônio. A ação deletéria do círculo mais próximo do presidente é cruel, e
em alguns casos, ridícula". "Já foram escritas algumas milhares de
páginas gloriosas relatando graves e disruptivos equívocos históricos que ao
longo dos tempos destruíram reis, imperadores, ditadores, presidentes. Uma nova
página está sendo escrita nestes dias no Brasil. Esta, porém, não tem uma gota
sequer de glória. Ela é composta apenas por erros pernósticos e
grosseiros".
O colunista também afirma que "os
três filhos continuam azucrinando". "O mais velho, o 01, teve seu sigilo
bancário e fiscal quebrados e antes do fim do ano estará experimentando o calor
abrasador do inferno, e incendiando o governo. O mimado, o 02, agora está
torpedeando os ministros Onyx, Moro e Guedes, porque não suporta nenhuma sombra
maior que a sua ao lado do papai. E, finalmente, o 03 disse que o Brasil
deveria ter sua bomba atômica para ser levado mais a sério. Quem não pode ser
levado a sério é o 03".
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