Para o secretário-geral da CUT-SP, João Cayres, os atos em
defesa da educação e contra os cortes de verbas em 15M e 30M, com a mobilização
de mais de 1 milhão de pessoas, fortaleceram de maneira sem precedentes a
organização da greve geral marcada para 14 de junho; "Foi muito bom porque
foi um sucesso", afirma Cayres
247 - Os atos em defesa
da educação e contra os cortes de verbas para o setor feitos pelo governo Jair
Bolsonaro, que reuniram mais de 1 milhão de pessoas em diversas cidades do
Brasil nesta quinta-feira (30), fortalecem a movimentação para a greve geral,
marcada para o dia 14 de junho, contra a reforma da Previdência e os
retrocessos econômico e social da atual gestão. A avaliação é do o
secretário-geral da CUT-SP, João Cayres.
"A greve geral já estava sendo
discutida antes do movimento da educação. (...) Foi muito bom porque foi um
sucesso (...), e neste momento todo a gente também está agregando à discussão
da Previdência, da Seguridade Social, e já estamos agregando também para a
Greve Geral a questão dos cortes na Educação", disse Cayres em entrevista
ao Brasil de Fato.
Um exemplo desta mobilização está na
adesão à greve geral por parte dos motoristas e cobradores de ônibus da capital
paulista, a exemplo do registrado em abril de 2017 (leia no Brasil 247).
Leia a íntegra da entrevista de João
Cayres ao Brasil de Fato.
Luciana Console, Brasil
de Fato - "A reforma do Bolsonaro não é uma
reforma, é uma destruição do sistema de seguridade social", explica o
secretário-geral da CUT-SP, João Cayres, em entrevista ao Brasil de Fato. Leia
abaixo os principais trechos:
Brasil de Fato: Qual a
importância das mobilizações da educação para o chamamento da Greve Geral?
João Cayres: A greve
geral já estava sendo discutida antes do movimento da educação. (...) Foi muito
bom porque foi um sucesso (...), e neste momento todo a gente também está
agregando à discussão da Previdência, da Seguridade Social, e já estamos
agregando também para a Greve Geral a questão dos cortes na Educação (...).
Em relação à Previdência, as
centrais divergem em alguns pontos. Gostaria que você falasse um pouco nesse
sentido.
Nós estamos lidando muito bem, pela
primeira vez na história nós conseguimos fazer um 1º de Maio unificado, com
todas as centrais sindicais. Algo inédito, cada central sindical fazia o seu,
falava com seu público específico, mas a gente conseguiu depois de muita
conversa unificar. Do ponto de vista da reforma, o que tem claro pra nós é que
a reforma do Bolsonaro não é uma reforma, é uma destruição do sistema de
seguridade social. O que ele apresenta, que é o sistema de capitalização, não
agrada nenhum tipo de central sindical. Pode ter uma ou outra pensando alguma
coisa, em fazer algum tipo de reforma, mas nós da CUT entendemos que as
reformas já foram feitas. A última foi em 2015 com a Dilma, com o fator 85/95,
que já virou 86/95, que já resolve vários problemas. E a reforma de 2003, (...)
que foi essa história de combate aos privilégios. O pessoal fala muito disso,
que agora funcionário público não vai mais receber isso aquilo, isso é mentira,
por que isso já foi resolvido. (...) Então essa discussão pra nós está
tranquila. Nós unimos neste sentido, de que somos contra o sistema de
capitalização porque dentro da reforma da Previdência tem também umas mudanças
que aprofunda o desastre da Reforma Trabalhista. Que é o caso da chamada
Carteira Verde Amarela.
Em relação a diálogo com
governo, há espaço ou é inviável?
É só pegar a declaração do Ministro da
Economia, que diz que se mexer uma vírgula ele vai embora do país. É um garoto
mimado que não aceita nada e que se não tiver o que ele está pedindo ele vai
morar fora. Ou seja, não tem conversa.
Faltando cerca de 15 dias para
a Greve Geral, vão ser realizadas atividades de mobilização até lá?
O que a gente tem feito, falando pela CUT
e as subsedes de várias regiões de São Paulo, estamos realizando plenárias nos
sindicatos debatendo justamente a forma de fazer as atividades. Vamos fazer
panfletagem, assembleias nos locais de trabalho, mobilizando e conscientizando,
usando as redes sociais também. Estamos conversando com setor de transporte e a
ideia é parar tudo, como aconteceu no dia 28 de abril de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário