O desastre econômico resultante do programa implantado por
Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, levou o mercado
financeiro a reduzir suas projeções de crescimento da economia para este ano
pela 12ª consecutiva; segundo o boletim Focus do BC, a estimativa para o PIB
caiu de 1,45% para 1,24%, a projeção para a inflação também foi alterada para
cima, saindo de 4,04% para 4,07% neste exercício
Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil - O mercado
financeiro continua a reduzir a estimativa de crescimento da economia este ano.
Pela 12ª vez seguida, caiu a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto
(PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Desta vez, a
estimativa foi reduzida de 1,45% para 1,24% este ano. Para 2020, a projeção foi
mantida em 2,50%, assim como para 2021 e 2022.
Os números são do
boletim Focus, publicação semanal elaborada com base em perspectivas de
instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. O boletim
é divulgado às segundas-feiras, pelo Banco Central (BC).
Inflação
A estimativa de inflação, calculada pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,04% para 4,07
este ano. Para 2020, a previsão segue em 4%. Para 2021 e 2022, também não houve
alteração: 3,75%.
A meta de inflação deste ano, definida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25%, com intervalo de tolerância
entre 2,75% e 5,75%.
A estimativa para 2020 está no centro da
meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%,
também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não
definiu a meta de inflação para 2022.
Para controlar a inflação, o BC usa como
principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Para o mercado
financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,50% ao ano até
o fim de 2019.
Para o fim de 2020, a projeção passou de
7,50% para 7,25% ao ano. Para o fim de 2020, a previsão foi mantida em 8% ao
ano e em 2021, a expectativa caiu de 8% para 7,50% ao ano.
A Selic, que serve de referência para os
demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos
emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia (Selic).
A manutenção da Selic este ano, como prevê
o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos
juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é
diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.
Para cortar a Selic, a autoridade
monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm
risco de ficar acima da meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é
conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Dólar
A previsão do mercado financeiro para a
cotação do dólar subiu de R$ 3,75 para R$ 3,80 no fim de 2019 e permanece em R$
3,80 no fim de 2020. Na última sexta-feira (17), o dólar comercial encerrou o
dia vendido a R$ 4,102, com alta de R$ 0,065 (+1,62%), chegando ao maior valor
desde 19 de setembro (R$ 4,124).
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