"O fato é simples: o presidente Bolsonaro não sabe
governar. É essa a razão da sua performance tão errática nestes quase cinco
meses", diz a jornalista Miriam Leitão, em artigo publicado nesta
quarta-feira, um dia após o polêmico encontro entre o executivo Paulo Tonet,
representante da Globo em Brasília, e representantes do governo federal;
segundo ela, Bolsonaro mal entende o que se passa ao seu redor
247 – O encontro
entre o executivo Paulo Tonet, da Globo, e representantes do governo federal,
ontem em Brasília, ainda não selou uma aliança entre a empresa de comunicação e
a desgovernada administração de Jair Bolsonaro. Em artigo publicado
nesta quarta-feira, a jornalista Miriam Leitão, uma das principais vozes do
Globo, explicitou o óbvio: Jair Bolsonaro não sabe governar, não entende o que
se passa ao seu redor e é um grande problema para o Brasil.
"Durante os anos em que
foi parlamentar, Jair Bolsonaro não presidiu comissão, não relatou qualquer
projeto, nunca liderou grupo algum. Ele não se interessava pelas matérias que
passavam por lá, concentrando-se em questões do seu nicho. Sua preocupação era
apenas a defesa dos interesses da corporação dos militares e policiais. Afora
isso, ofendia colegas que considerasse de esquerda e dava declarações
espetaculosas para ocupar espaço no noticiário. Com esse currículo ele chegou à
Presidência. Hoje, não entende nem os projetos que envia ao Congresso, como se
vê diariamente nas declarações que faz", diz ela.
"Diariamente, Bolsonaro
diz algo que contraria o espírito dos projetos que seu governo defende ou
contradiz o que disse. De manhã, afirma que a 'classe política' é o grande
problema do país, de tarde, a adula. Navega por qualquer tema com a mesma
superficialidade que demonstrava no exercício dos seus mandatos de deputado.
Nenhuma surpresa nisso. Por que mesmo ele seria presidente diferente do
parlamentar que foi?", questiona ainda a jornalista.
Miriam explica o caos atual.
"O fato é simples: o presidente Bolsonaro não sabe governar. É essa a
razão da sua performance tão errática nestes quase cinco meses. Sua relação
tumultuada com o Congresso não deriva de uma tentativa de mudar a prática da política,
mas da sua falta de aptidão para qualquer tipo de diálogo. Não sabe ouvir, não
entende os projetos, não tem interesse em estudá-los", afirma.
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