Após esgotamento de recursos em segunda instância, Justiça
ordenou o retorno do ex-ministro para o cárcere. "Eu me preparei para
isso", diz, ao afirmar que vai retomar projeto de autobiografia
Rede Brasil Atual - Após a
Justiça do Paraná determinar, na noite de ontem (16), a prisão do
ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, ele divulgou um áudio via redes
sociais comentando a atual situação do país. "O Brasil já está mudando, o
vulcão está em erupção", disse.
Dirceu chama os brasileiros à luta e pede
para que "fiquem aí na trincheira de vocês que é a nossa". "Como
eu disse, um vulcão embaixo de um país de jovens e mulheres vai, como está
acontecendo, entrar em erupção."
Em sua fala breve, o ex-ministro ainda
disse que está preparando o segundo volume de sua autobiografia. No primeiro,
Zé Dirceu: Memórias – Volume 1 (Geração Editorial, 2018), que escreveu durante
seu último período encarcerado (entre agosto de 2015 e maio de 2017), ele
apresentou bastidores de sua militância nos anos 1960, o exílio e treinamento
em Cuba, a vida clandestina durante a ditadura civil-militar (1964-1985), entre
outros aspectos que contribuíram para a construção de uma das figuras políticas
mais relevantes do país após a redemocratização.
"Eu me preparei para isso, vou
retomar o segundo volume lá, vou ler mais, manter a saúde, manter o contato,
viu?", disse. Sobre a questão judicial, Dirceu comentou: "Tem uma
série de recursos jurídicos a curto prazo, tem uma série de decisões para serem
tomadas lá no Supremo, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Vamos ver se nós
conseguimos justiça a curto prazo".
A decisão de mandar Dirceu de volta à
prisão foi tomada no final do expediente de ontem, pelo juiz federal Luiz
Antônio Bonat, do Paraná. A celeridade da decisão teve relação com a decisão
tomada no mesmo dia pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4), que negou recurso
da defesa do ex-ministro, que solicitava a prescrição de sua pena. Dirceu foi
condenado em segunda instância pelo TRF-4 a oito anos e dez meses em processo
da Operação Lava Jato, por suposto recebimento de propinas em função de
contrato da Petrobras com a fornecedora da estatal Apolo Tubulars, entre 2009 e
2012.
Leia o conteúdo do áudio na íntegra:
"Meus amigos, boa noite.
Estamos aqui nos preparando para mais essa trincheira de luta. Vamos ver assim.
Tem uma série de recursos jurídicos aí a curto prazo, tem uma série de decisões
para serem tomadas lá no Supremo, no STJ. Vamos ver se nós conseguimos justiça
a curto prazo, viu?
Mas eu me preparei pra isso,
vou retomar o segundo volume lá, vou ler mais, manter a saúde, manter o
contato, viu?
Fiquem ai na trincheira de
vocês que é a nossa. Vamos à luta. O Brasil já está mudando, o vulcão já está em
erupção. Como eu disse no Tuca, um vulcão embaixo de um país de jovens e
mulheres vai, como está acontecendo, entrar em erupção. Beijos a todos e
todas."
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