Parecerista do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, o
jurista Miguel Reale Júnior afirma que Jair Bolsonaro dá razões para um
processo de impeachment, quando cita o caso do vídeo divulgado no Carnaval.
"Enviar esse vídeo para a população brasileira com acesso à internet foi
escarradamente uma falta de decoro", disse ele, que também criticou Sergio
Moro. "Ele foi para um governo que é inimigo do PT, do PSDB, e deu
sentenças, a começar pelo caso do Lula, contra políticos desses partidos"
247 – Em entrevista ao jornalista
Vicente Vilardaga, o jurista Miguel Reale Jr, de 74 anos, afirma que
"corremos o risco de entrar numa ditadura por meio do voto". Ele
também explica por que defendeu a abertura de um processo de impeachment contra
Jair Bolsonaro, durante o Carnaval. "É passível de impeachment porque o
impeachment precisa ter a configuração de um delito político e o delito está na
falta de decoro. Enviar esse vídeo para a população brasileira com acesso à
internet foi escarradamente uma falta de decoro. Esse é o pressuposto jurídico,
falta o pressuposto político. Acho que politicamente agora não tem viabilidade,
nem haveria caminho, mas o presidente está insistindo em abrir esse caminho
para o impeachment", diz ele.
Reale também diz que o ex-juiz Sergio Moro deveria ter
continuado à frente da Lava Jato. "Acho que sim, primeiro porque afastaria
qualquer dúvida de eventual parcialidade. Ele foi para um governo que é inimigo
do PT, do PSDB, e deu sentenças, a começar pelo caso do Lula, contra políticos
desses partidos. E depois fiquei insatisfeito em ver o ministro sendo
desautorizado na nomeação da cientista política Ilona Szabó para o Conselho
Penitenciário. Foi uma humilhação. Bolsonaro não respeitou o ministro. Moro não
teve liberdade para indicar a suplente de um conselho. Por quê? Porque ela
critica o governo. Bolsonaro não consegue conviver com a adversidade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário