O cineasta José Padilha, que dirigiu Tropa de Elite, filme
que já abordava a questão das milícias do Rio de Janeiro, afirma que projeto de
segurança pública apresentado pelo ministro Sergio Moro favorece mafiosos e
milicianos, ligados ao clã Bolsonaro. "Sergio Moro finge não saber o que é
milícia porque perdeu sua independência e hoje trabalha para a família
Bolsonaro", diz ele. "É obvio que o pacote anticrime de Moro vai
estimular a violência policial, o crescimento das milícias e sua influência
política"
247 – O cineasta José Padilha, diretor de Tropa de
Elite, desferiu um duro golpe contra o ministro Sergio Moro, em artigo publicado
nesta terça-feira, ao dizer que seu pacote de segurança pública estimula o
crescimento das milícias, que, por sua vez, são ligadas ao clã Bolsonaro.
"Sergio Moro finge não saber o que é milícia porque perdeu sua
independência e hoje trabalha para a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro não
foi o senador mais votado em 74 das 76 seções eleitorais de Rio das Pedras por
acaso...", afirma.
Segundo Padilha, o pacote anticrime que Sergio Moro
enviou ao Congresso "é um pacote pró-milícia, posto que facilita a
violência policial". Ele lembra ainda que, apenas no Rio de Janeiro, a
cada seis horas, policiais em serviço matam alguém e que apenas 2% dos casos
são denunciados à Justiça e poucos chegam ao Tribunal do Júri.
"Aprovado o pacote anticrime de Sergio Moro,
esse número vai tender a zero. Isso porque o pacote prevê que, para justificar
legitima defesa, bastará que o policial diga que estava sob 'medo, surpresa ou
violenta emoção'", diz ele.
Padilha diz ainda que "é obvio que o pacote
anticrime de Moro vai estimular a violência policial, o crescimento das
milícias e sua influência política". Por fim, ele afirma que o ex-juiz é
uma espécie de "antiFalcone", referindo-se ao juiz italiano que
conduziu a Operação Mãos Limpas e foi assassinado pela máfia. "Seu pacote
anticorrupção é, também, um pacote pró-máfia", diz Padilha.
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