segunda-feira, 22 de abril de 2019

Nardes, do golpe, processado por corrupção, dá aulas a Bolsonaro


Reprodução
Ministro do TCU Augusto Nardes, responsável pela relatoria do processo das pedaladas fiscais que serviu de pretexto para o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff, em 2015, tem sido chamado pelo governo Jair Bolsonaro para ministrar aulas sobre boas práticas de governança; Nardes é investigado no âmbito da Operação Zelotes pela suspeita de ter recebido R$ 2,5 milhões para favorecer ao grupo RBS em decisões do Carf e foi citado por delatores da Lava Jato no Rio de Janeiro
247 - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, responsável pela relatoria do processo das pedaladas fiscais que serviu de pretexto para o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff, em 2015, tem sido chamado pelo governo Jair Bolsonaro para ministrar aulas sobre boas práticas de governança. Nardes, porém, é investigado no âmbito da Operação Zelotes pela suspeita de ter recebido R$ 2,5 milhões para favorecer ao grupo RBS em decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Nardes, que publicou um livro sobre boas práticas de governança, deu palestra sobre o assunto para o próprio presidente Jair Bolsonaro, além de ministros, no Palácio do Planalto no dia 14 de março. No dia 26, ele também falou sobre o assunto para uma plateia formada por superintendentes da Polícia Federal, órgão responsável por uma das contra ele.
Nardes é um dos alvos da Operação Zelotes, que apura irregularidades que teriam sido praticadas no âmbito do Carf. Ele é supeito de receber R$ 2,5 milhões para favorecer o grupo de comunicação gaúcho RBS. No julgamento da ação pelo Carf o débito de mais de R$ 1 bilhão que a RBS possuía junto à Receita foi anulado.
Ao todo, 14 suspeitos de fazerem parte do esquema de compra de sentença no Carf foram denunciados à Justiça Federal. Como Nardes possui foro especial, ele é investigado em um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em maio do ano passado, o ministro foi alvo de um mandado de busca e apreensão referente a desdobramentos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, após ser citado por delatores como integrante de um esquema de corrupção envolvendo agentes públicos. Nardes nega ter participado das irregularidades investigadas.


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