sexta-feira, 26 de abril de 2019

Lula: durmo todo dia com a consciência tranquila; O Moro e o Dallagnol tenho certeza que não


Eduardo Matysiak / Reprodução
Em entrevista aos jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-presidente Lula diz que "não consegue imaginar os sonhos que teve para o Brasil" para agora ver a situação como está, sob o governo Bolsonaro; o Brasil está sendo governado "por um bando de maluco", disse; ele também fez duras críticas aos ministros e juízes que o condenaram, mas declarou que dorme com a consciência tranquila todos os dias; "Eu tenho certeza que o Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme", ressaltou; assista
247 - Na primeira entrevista concedida desde que foi preso politicamente, em 7 de abril de 2018, o ex-presidente Lula reforçou sua inocência nesta sexta-feira 26 e disse dormir com a consciência tranquila, ao contrário do que acredita que seus algozes o façam. Ele afirmou, no entanto, que o que mais o preocupa na prisão é a situação do Brasil atualmente. Um trecho de oito minutos do vídeo foi publicado no site do jornal El País.
Aos jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que conseguiram autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para a entrevista, o ex-presidente disse que seu lugar é no Brasil, onde provará sua inocência a quem o condenou, uma "obsessão" sua.
"Muita gente achava que eu deveria sair do Brasil, ir para uma embaixada, fugir. E eu tomei como decisão que meu lugar é aqui. Eu tenho tanta obsessão de desmascarar o Moro, de desmascarar aqueles que me condenaram que eu ficarei 100 anos preso, mas não trocarei minha dignidade pela minha liberdade", declarou o ex-presidente.
"Eu tenho certeza que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. Eu tenho certeza que o Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme", disse ainda. "Eu vou trabalhar muito para provar a minha inocência e a farsa que foi montada". Ele ainda caçoou do atual ministro: "Sempre riram de mim porque eu falava 'menas'. Agora, o Moro falar 'conje' é uma vergonha". Lula disse também acreditar que "Moro não sobrevive na política".
"Eu adoraria estar em casa, mas não faço nenhuma questão. Porque quero sair daqui com a cabeça erguida, como um inocente", prosseguiu. Eu penso que um dia as pessoas que irão me julgar estarão preocupadas com os autos dos processos, estarão preocupadas com as provas, e não com a manchete do Jornal Nacional".
Lula chorou ao falar sobre a morte do neto. "Seria tão mais fácil que eu tivesse morrido. Mas o que me mantém vivo? Eu tenho compromisso com este país".
Sobre a situação do País, disse que "não consegue imaginar os sonhos que teve para o Brasil" para agora ver a situação como está, sob o governo de Jair Bolsonaro. "O Brasil é governando por um bando de maluco", resume. "Eu sonhei grande e passei a ser um presidente muito respeitado. Eu virei referência", lembra Lula.
Assista:





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