Paralisação estadual teve adesão
de 80% dos professores e funcionários de escola e 10 mil
servidores estaduais participaram de ato na capital
A força da união
dos trabalhadores levou mais de 10 mil servidores públicos do estado para a manifestação realizada nesta segunda-feira (29) em Curitiba,
que cobrou do governador Ratinho Junior (PSD) a promessa de pagar a data-base e
atender outras pautas das categorias. O protesto teve início na Praça Santos
Andrade e seguiu em caminhada pelas ruas da capital até o Palácio Iguaçu, onde
uma comissão de lideranças foi recebida pelo vice-governador, Darci Piana.
De
acordo com a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), professora
Marlei Fernandes, após mais de duas horas de reunião, o governo recuou do
discurso de que não pagaria a data-base. Ficou encaminhado que, a partir desta
terça-feira (30), um grupo de trabalho com representantes dos servidores, governo e deputados, vai debater os números para definir o
percentual de reposição nos rendimentos do funcionalismo para esse ano e as
demais reivindicações. “Foi acertado que não será votada a reposição dos
servidores de outros poderes, como Legislativo e Judiciário, sem colocar em
votação também a nossa”, disse.
Marlei
acrescentou que o dia de paralisação não deverá ser registrado como falta. Ela
explica que essa demanda foi colocada em discussão e o governo aceitou debater
no grupo de trabalho a forma de reposição. “Falamos também do mínimo regional,
da situação deficitária do serviço público em todas as áreas, da necessidade de
concurso público, da Paranaprevidência, da jornada dos profissionais da educação,
do adoecimento e da perícia médica, dos problemas das universidades, e todas as
demais necessidades urgentes do serviço público”, relatou.
Para
o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, a iniciativa do
governador Ratinho Junior em reproduzir políticas e ilegalidades contra o
funcionalismo é o motivo da revolta dos trabalhadores. “O conjunto de
insatisfações, reforçado pela memória do 29 de abril de 2015, trouxe milhares
de servidores para a rua no dia de hoje. A gente considera uma data muito
importante e que devemos manter esse estado de vigilância permanente, de
mobilização, para conseguirmos respostas dos itens centrais e principalmente
resistir a qualquer tentativa de retirada de direitos das nossas categorias”,
comentou.
Além
da capital, houve protestos nas principais cidades do estado, como Maringá,
Londrina, Cascavel e Foz do iguaçu. Escolas e universidades fecharam as portas.
A adesão também contou com categorias da segurança pública, da saúde e meio
ambiente. No total, cerca de 30 sindicatos participam da mobilização.
Os servidores públicos do Paraná estão com os salários congelados desde
2016 e, segundo o DIEESE, as perdas já somam 17,02%. De acordo com o economista
Cid Cordeiro, os trabalhadores estão deixando de receber o equivalente
a dois meses de salário por ano.
Além
de cobrar o pagamento da data-base, a manifestação se posicionou contra a
reforma da Previdência e fez memória do Massacre do Centro Cívico, como ficou
conhecida a trágica repressão policial ocorrida no dia dia 29 de abril de 2015,
em frente a sede do governo do estadual. Centenas de professores que
protestavam contra a retirada de direitos ficaram feridos após serem
alvejados pela Polícia com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha.
A ação foi ordenada pelo ex-governador Beto Richa (PSDB).
Fonte:
APP Sindicato
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