terça-feira, 2 de abril de 2019

Globo detona Bolsonaro e diz que ele joga contra a economia do Brasil


Alan Santos/PR

"Potência agroexportadora, o Brasil vende para países árabes US$ 4,5 bilhões por ano apenas em carnes, principalmente de frango, abatido conforme ritual islâmico. É líder mundial neste mercado, que corre o risco de perder caso os árabes retaliem. Se isso acontecer, até 150 mil empregos diretos, em pequenas cidades do Sul, poderão ser perdidos", aponta editorial do jornal O Globo, que critica a abertura de um escritório em Jerusalém. "Faz falta o profissionalismo no Itamaraty", conclui o texto

247 – Jair Bolsonaro representa um risco para a economia brasileira, em especial para os ruralistas, e ameaça 150 mil empregos diretos. É o que aponta o jornal O Globo, em editorial publicado nesta terça-feira. "A visita a Israel também pode gerar prejuízos ao comércio internacional, além de arranhar a característica predominante da política externa brasileira, que é o pragmatismo. A intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, cidade sob litígio, seguindo os Estados Unidos de Trump, seria, e é, uma afronta aos palestinos e aos países árabes em geral, com os quais o Brasil tem forte relacionamento comercial", diz o texto.
"Potência agroexportadora, o Brasil vende para países árabes US$ 4,5 bilhões por ano apenas em carnes, principalmente de frango, abatido conforme ritual islâmico. É líder mundial neste mercado, que corre o risco de perder caso os árabes retaliem. Se isso acontecer, até 150 mil empregos diretos, em pequenas cidades do Sul, poderão ser perdidos", prossegue o editorial.
"Por ser o Itamaraty um dos espaços no governo cedidos à ala mais radical do bolsonarismo, no caso representada pelo chanceler Ernesto Araújo, a política externa passou a ser fonte de problemas. Bolsonaro acaba de causar mal-estar nas visitas ao Chile e ao Paraguai, onde fez menções elogiosas aos ditadores Pinochet e Stroessner, que os anfitriões querem deixar no passado. E, em Israel, abre um flanco de fragilização diplomática, com reflexos potencialmente sérios nas exportações. Faz falta o profissionalismo no Itamaraty."

Nenhum comentário:

Postar um comentário