De Caetés (PE), cidade-natal de Luiz Inácio Lula da Silva, a
São Paulo (SP), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ),
passando por ao menos 16 países e 17 capitais brasileiras, as ruas se encheram
de gritos e clamores por justiça e liberdade para o ex-presidente, preso há
exatamente um ano em Curitiba (PR); ao todo, 32 atividades reuniram centenas de
milhares de pessoas para não deixar passar em branco a perseguição judicial
sofrida pelo ex-presidente
Brasil de Fato - De Caetés (PE), cidade-natal de Luiz Inácio Lula da
Silva, a São Paulo (SP), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro
(RJ), passando por ao menos 16 países e 17 capitais brasileiras, as ruas se
encheram, neste domingo (7), de gritos e clamores por justiça e liberdade para
o ex-presidente, preso há exatamente um ano em Curitiba (PR).
Ao todo, 32
atividades reuniram centenas de milhares de pessoas para não deixar passar em
branco a perseguição judicial sofrida pelo ex-presidente. Em Curitiba, do lado
de fora da carceragem da Polícia Federal, mais de 10 mil pessoas se juntaram
para transmitir força e energia para Lula.
"É um ano que a gente vive esse
massacre psicológico contra toda a família. E foi um ano muito difícil não só
pela prisão, mas por todas as perdas de pessoas. A última, do Arthur, que foi o
que mais mexeu a gente. E a gente fica pensando, como ele pode ficar sozinho,
vivendo uma perda dessas? E é esse amor, esse calor, essa militância, que dá
força pra ele e fortalece a família também", disse ao Brasil de Fato a
filha mais velha do ex-presidente, Lurian Lula da Silva, em Curitiba.
O Brasil de Fato traz aqui um resumo dos
atos que tomaram o país e o mundo neste domingo:
São Paulo (SP)
A capital paulista reuniu, a partir das
14h, mais de 10 mil pessoas em ato convocado pela Frente Brasil Popular e a
Frente Povo Sem Medo. Em outro ponto da Avenida Paulista, uma pequena
manifestação em apoio à Lava Jato acontecia, que terminou com uma militante
pró-Lula agredida por manifestantes conservadores.
Para Renato Simões, membro da Executiva
Nacional do PT, o ato marcou "um ano de uma injustiça tão atroz que ela
não morre na memória das massas, na consciência da militância. Nós estamos
diante de uma grande reação da sociedade civil e dos movimentos sociais que não
aceitam a continuidade da injustiça."
Vagner Freitas, presidente nacional da
CUT, lembrou que "nós não estamos comemorando nada, nós estamos lembrando
que o presidente Lula está preso injustamente, que ele é inocente e que está
preso por defender os direitos dos trabalhadores. Por isso, estamos no Brasil
inteiro nos manifestando contra essa injustiça extraordinária".
Mesmo após uma hora e meia do final do
ato, os manifestantes seguiam concentrados na Praça dos Ciclistas, cantando e
entoando gritos que pediam a liberdade de Lula. Somente às 18h20 a avenida
Paulista foi liberada e o ato dispersado.
Recife (PE)
No Recife, o ato aconteceu na Praça do
Arsenal, centro histórico da cidade. Artistas e blocos carnavalescos
participaram do ato, como o tradicional Bloco Eu Acho é Pouco, o Bloco Sem
Terra e muitos maracatus e afoxés. Mais de dez mil pessoas se uniram para cantar
e gritar por Lula Livre.
Ao todo foram cerca de dez blocos de
carnaval, fizeram o "Blocão da Democracia". Um palco foi montado onde
diversos artistas locais, como Flaira Ferro, fizeram da noite um espaço cheio
de irreverência e com muito frevo. Um samba pela democracia trouxe diversos
sambistas ao palco. Poetistas e poetas também marcaram presença, assim como
Fred 04, do Mundo Livre S.A.
Rio de Janeiro (RJ)
Na tarde deste domingo (7), cerca de duas
mil pessoas estiveram reunidas na Praia de Copacabana, na altura do Posto 3,
para participar do Festival Democracia e Justiça, principal manifestação
organizada pelos cariocas para pedir pela liberdade do ex-presidente Lula.
O festival começou por volta das 15h, com
um debate sobre os impactos da reforma da Previdência para os trabalhadores. Em
seguida, as falas políticas e apresentações culturais tiveram início no trio
elétrico. Um dos discursos marcantes foi feito pelo ex-ministro das Relações
Exteriores Celso Amorim.
"Um dia de alegria por essa
manifestação que sensibiliza e emociona, ao mesmo tempo é um dia de tristeza
porque vemos o presidente Lula preso há um ano, privado com o convívio do povo
que para ele é o bem mais precioso", disse Amorim.
Entre o público, diversas pessoas vestiam
camisetas vermelhas e carregavam cartazes que pediam por sua liberdade, também
dançavam ao ritmo de samba, que tocava no trio elétrico.
"Viemos lutar pelo Lula livre porque
o pobre só conheceu o que é ser feliz na época do Lula, depois é só
sofrimento", afirmaram a técnica de enfermagem Lilian Andreia e a
vigilante Marta Teixeira. As duas mulheres são netas de Elizabeth e João Pedro
Teixeira - lideranças camponesas que lutaram contra a ditadura militar. João
Pedro foi morto em 1962 por agentes do regime. Sua história foi tema do filme
"Cabra Marcado pela morrer", dirigido por Eduardo Coutinho. "Nós
estamos tentando continuar a luta deles", acrescentaram as duas.
"Não concordo com essa prisão
política do Lula. Tem que se ligar e pressão total para cima desses caras que
estão ai, precisamos agir com muita pressão e estratégia", disse o cantor
BNegão durante apresentação.
Belo Horizonte (MG)
Em Belo Horizonte, as mobilizações
começaram por volta das 9h da manhã na Praça Afonso Arinos, no centro. Pessoas
de todas as idades, entre crianças, jovens e idosos, portavam cartazes com
mensagens de apoio e força ao petista, além de se posicionarem contra o governo
de Jair Bolsonaro (PSL) e pelo fim de pautas que representam retrocessos para a
classe trabalhadora, como a reforma da Previdência.
O momento principal do ato, que foi
organizado pelo Coletivo Alvorada, foi a apresentação do Coral Mil Vozes, que
pediu por "Lula Livre" e entoou a canção "Anunciação", de
Alceu Valença. O protesto teve, ainda, faixas bordadas pelas mulheres do grupo
Linhas do Horizonte.
Curitiba (PR)
Em Curitiba, as atividades começaram por
volta das 8 da manhã com uma marcha que saiu do Terminal Boa Vista e prosseguiu
até a vigília Lula Livre, no Bairro Santa Cândida, em frente à Superintendência
da Polícia Federal, onde Lula é mantido preso.
O ato contou com a presença de
parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PSOL), Partido Socialismo e
Liberdade (PSOL), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), dirigentes de movimentos
populares e entidades sindicais, além de artistas, como as atrizes Lucélia
Santos, Guta Stresser e o ator Gregório Duvivier. Segundo estimativa dos
manifestantes, cerca de 10 mil pessoas participaram das manifestações.
Caetés (PE)
Mais de 500 pessoas participam do ato
Vigília Lula Livre na cidade de Caetés, no agreste pernambucano. A atividade
começou com a chegada de uma carreata vindo da cidade vizinha, Garanhuns, com
mais de 30 carros desfilando entres as cidades com músicas, bandeiras e gritos
pela liberdade do ex-presidente Lula.
Apoiadores do petista se reuniram em
frente à Escola Severino Girino, na entrada de Caetés. Começaram com um café da
manhã como forma de lembrar que Lula foi o responsável pela retirada do país do
mapa de fome. "Que esse café da manhã nos lembre e nos dê energia para lutar
por quem nos deu comida, literalmente. Que a gente lembre do tempo que tínhamos
comida na mesa dos brasileiros. Agora estamos vendo a volta da fome não só
aqui", ressalta Vado Pontes, morador de Garanhuns.
Pelo mundo
Diversas capitais da Europa também
contaram com manifestações em favor da liberdade do ex-presidente Lula. Na
França, os manifestantes se reuniram na Esplanada do Trocadéro, em Paris. O ato
contou com a participação de Jean-luc Mélenchon, líder do partido de esquerda
França Insubmissa, e com a filósofa Marcia Tiburi, que decidiu deixar o Brasil
no em março deste ano após receber uma série de ameaças.
Em Londres, no Reino Unido, os
manifestantes percorreram pontos da cidade com um ônibus levando cartazes
escritos "Lula Livre". O ato contou com a presença da ex-ministra do
Desenvolvimento Social e Combate a fome durante o governo de Dilma Rousseff,
Tereza Campello.
Em Viena, Na Áustria, um ato foi realizado
na Praça de Santo Estevão, no centro da cidade. Durante a manifestação, também
foi lembrado o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.
Na Alemanha, os manifestantes se
concentraram na praça Hermannplatz, onde estenderam faixas pedindo a liberdade
de Lula. Um levantamento feito pelos participantes apontou que 100 pessoas
participaram do ato.
Em Portugal os protestos ocorreram na
capital Lisboa, onde artistas se apresentaram e discursaram em favor da soltura
de Lula.
Na Espanha, os manifestantes se reuniram
no Parque de la Ciudadela, em Barcelona. Os participantes caminharam pela
cidade denunciando o caráter político da prisão do ex-presidente.
Segundo informações do site Opera Mundi,
atos também aconteceram em Madri, Bruxelas, Bonn, Coimbra, Amsterdã, Bolonha,
Copenhague, Munique, Frankfurt, Hamburgo, Colônia, Manchester, Tübingen e
Aarhus.
Também houve atos fora da Europa, nas
cidades de Montevidéu, Nova York, Los Angeles, Boston, Cidade do México,
Sydney, Melbourne e Saint-Louis.
* Colaboraram Clívia Mesquita, Igor
Carvalho, Leonardo Fernandes, Mariana Pitasse, Daniel Giovanaz, Rani de Mendonça,
Raíssa Lopes e Tiago Angelo.
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