Numa manhã tensa, esta terça-feira assiste o crescimento de
uma situação de grave crise institucional com o confronto entre o STF, a Lava
Jato e a extrema-direita; enquanto isso, Bolsonaro reforça o aparato de
segurança do Estado, estimula a violência policial e as milícias; expulsa a
sociedade civil do aparelho de Estado, com a extinção de centenas de conselhos;
o cenário é agravado por Bolsonaro ser o presidente de primeiro mandato pior
avaliado da história; a principal bandeira econômica do governo, a destruição
da Previdência, estar praticamente inviabilizada; a economia do país, em
frangalhos
Por Mauro Lopes, editor do 247
- O confronto
escancarado que opõe o Supremo Tribunal Federal (STF) de um
lado e a Lava Jato e a extrema-direita de outro abriu um cenário institucional
de enorme tensão na manhã desta terça-feira (16). A escalada começou nesta
segunda com a censura do STF a uma reportagem do site O Antagonista e da
revista Crusoé, de extrema direita, ligadas à Lava Jato, com a insinuação de
que o presidente da Corte, Dias Toffoli, estaria envolvido num esquema de
corrupção. O clima radicalizou-se ainda mais com a busca na
manhã desta terça na casa do general da reserva do Exército
Paulo Chagas, de extrema-direita e ligado a Bolsonaro, seguida de outras nove
operações de busca e apreensão em seis estados do país, contra outros militares
e procuradores que acusaram o STF de pactuar com a corrupção e defenderam o
fechamento do Supremo. Aguarda-se para as próximas horas a reação da Lava Jato
e de líderes da extrema-direita do governo Bolsonaro.
Outro elemento que tensiona o quadro é a
decisão de Bolsonaro de convocar
mais de mil policiais federais aprovados em concurso público no ano
passado. O governo vem reforçando de maneira assustadora o aparato de segurança
do país, tomando iniciativas para liberar cada vez mais o porte de armas ao
mesmo tempo em que, em vez de combater, estimula
a violência policial e as milicias. Com a extinção
de centenas de conselhos na esfera federal, Bolsonaro
praticamente expulsou a sociedade civil do aparelho de Estado no Brasil.
O cenário é agravado pela queda da
popularidade de Bolsonaro, que é o presidente de primeiro mandato pior
avaliado da história e o crescente isolamento do governo,
acossado pela inviabilização política de sua principal bandeira, a destruição
da Previdência Social. Para completar, a economia do país está em parafuso, com indicadores
desastrosos sucedendo-se um depois do outro.
Os elementos para uma crise institucional
estão postos.
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