Após passar seis dias em silêncio absoluto sobre o
fuzilamento por militares do Exército com mais de 80 tiros no carro de uma
família, matando o músico Evaldo Rosa dos Santos, o presidente Jair Bolsonaro
afirmou nesta sexta-feira 12: "o Exército não matou ninguém. O Exército é
do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve
uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto"
247 - Após passar seis dias em silêncio absoluto sobre o
fuzilamento com mais de 80 tiros do músico Evaldo Rosa dos Santos por militares
durante uma operação no Rio de Janeiro, no último domingo (7), o presidente
Jair Bolsonaro disse que o Exército "não matou ninguém" e que a
instituição não pode ser chamada de assassina. "O Exército é do povo. A
gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte.
Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto", disse Bolsonaro durante
viagem a Macapá (AP).
O
"incidente", como se referiu o presidente, aconteceu quando dez
militares abriram fogo contra o carro em que o músico estava com a família foi
supostamente confundido com um utilizado por criminosos. Evaldo morreu no local
e outras duas pessoas ficaram feridas no tiroteio desencadeado pelos soldados
do Exército.
Até o momento, nove dos dez militares que
participaram da operação estão presos. Nesta quinta-feira (11), eles
ingressaram com um pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal Militar
(STM). "Está sendo apurada a responsabilidade. No Exército sempre tem um
responsável. Não existe essa de jogar para debaixo do tapete", disse
Bolsonaro sobre o assunto.
Até então, a única declaração oficial do
Planalto havia sido feita na terça-feira pelo porta-voz da Presidência da
República, Otávio Rêgo Barros. Na ocasião, ele afirmou que "o presidente
confia na Justiça militar, no Ministério Público militar e, a partir desse
pressuposto, ele identifica e solicita até dentro da possibilidade, já que há
independência de poderes, que esse caso seja o mais rapidamente elucidado".
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