O assassinato de reputações promovido pelo
exército digital bolsonarista atingiu níveis intoleráveis até mesmo para a
imprensa conservadora; o jornal O Estado de S. Paulo denuncia o caso de sua
jornalista Constança Rezende, que foi vítima de linchamento até pelo próprio
presidente da República, que replicou notícia falsa de um site estrangeiro em
seu Twitter; o jornal chama o sistema totalitário e intimidatório da família do
presidente de "máquina de assassinato de reputação" composta por
"grupos bolsonaristas e olavistas", que "formam correntes mais
radicais e dogmáticas da chamada 'nova direita' do país"
Marcos Corrêa/PR |
247 -
O assassinato de reputações promovido pelo exército digital bolsonarista
atingiu níveis intoleráveis até mesmo para a imprensa conservadora. O jornal O
Estado de S. Paulo denuncia o caso de sua jornalista Constança Rezende, que foi
vítima de linchamento até pelo próprio presidente da República, que replicou
notícia falsa de um site estrangeiro em seu Twitter. O jornal chama o sistema
totalitário e intimidatório da família do presidente de "máquina de
assassinato de reputação" composta por "grupos bolsonaristas e
olavistas", que "formam correntes mais radicais e dogmáticas da
chamada 'nova direita' do país."
A
reportagem do jornal O Estado de S. Paulo relembra o episódio que fez
da sua repórter um alvo do bolsonarismo: "a repórter do Estado Constança Rezende
tornou-se alvo no domingo, 10, de um violento ataque digital. Quando se
preparava para sair de casa e almoçar com a família, Constança foi informada
por uma de suas fontes via WhatsApp de que um post publicado pelo canal Terça
Livre, que reúne militantes bolsonaristas e pupilos do escritor e pensador
Olavo de Carvalho, estava provocando uma forte reação contra ela nas redes
sociais. A razão: uma suposta tentativa de "arruinar" o presidente
Jair Bolsonaro com as reportagens sobre o Caso Queiroz. Constança se dedica a
essa cobertura desde o princípio."
A matéria relata a sequência das ações de propagação de mentiras: "a
partir da publicação do Terça Livre, com base em declarações distorcidas de
Constança divulgadas por um blogueiro belgo-marroquino num site francês, a vida
da jornalista virou um tormento. Ela foi xingada, ameaçada e tornou-se tema de
memes nas redes. Páginas falsas dela foram criadas na internet. Pior: a certa
altura, o próprio presidente compartilhou o post do Terça Livre em suas redes sociais,
amplificando os ataques. O Estado, que logo publicou uma reportagem sobre o
caso em seu site, mostrando que as declarações da repórter haviam sido
deturpadas, também acabou se transformando em alvo das milícias virtuais, que
"subiram" a hashtag #EstadaoMentiu no Twitter, para tentar
desqualificar o jornal."
O jornal faz extensa reportagem sobre o funcionamento das redes de assassinato
de reputação do Bolsonarismo e "mostra como ela funciona, quem são seus
principais líderes e apoiadores e quais são seus tentáculos nos gabinetes
palacianos e parlamentares. Conta, também, os casos de outras vítimas das
milícias virtuais bolsonaristas e olavistas. Além de jornalistas, a lista
inclui personalidades e influenciadores da própria direita e integrantes do governo,
como o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sérgio Moro, e o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez,
indicado pelo próprio Olavo de Carvalho."
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