domingo, 17 de março de 2019

Redes bolsonaristas são “máquinas de assassinato de reputação”


O assassinato de reputações promovido pelo exército digital bolsonarista atingiu níveis intoleráveis até mesmo para a imprensa conservadora; o jornal O Estado de S. Paulo denuncia o caso de sua jornalista Constança Rezende, que foi vítima de linchamento até pelo próprio presidente da República, que replicou notícia falsa de um site estrangeiro em seu Twitter; o jornal chama o sistema totalitário e intimidatório da família do presidente de "máquina de assassinato de reputação" composta por "grupos bolsonaristas e olavistas", que "formam correntes mais radicais e dogmáticas da chamada 'nova direita' do país"
Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR

247 - O assassinato de reputações promovido pelo exército digital bolsonarista atingiu níveis intoleráveis até mesmo para a imprensa conservadora. O jornal O Estado de S. Paulo denuncia o caso de sua jornalista Constança Rezende, que foi vítima de linchamento até pelo próprio presidente da República, que replicou notícia falsa de um site estrangeiro em seu Twitter. O jornal chama o sistema totalitário e intimidatório da família do presidente de "máquina de assassinato de reputação" composta por "grupos bolsonaristas e olavistas", que "formam correntes mais radicais e dogmáticas da chamada 'nova direita' do país."
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo relembra o episódio que fez da sua repórter um alvo do bolsonarismo: "a repórter do Estado Constança Rezende tornou-se alvo no domingo, 10, de um violento ataque digital. Quando se preparava para sair de casa e almoçar com a família, Constança foi informada por uma de suas fontes via WhatsApp de que um post publicado pelo canal Terça Livre, que reúne militantes bolsonaristas e pupilos do escritor e pensador Olavo de Carvalho, estava provocando uma forte reação contra ela nas redes sociais. A razão: uma suposta tentativa de "arruinar" o presidente Jair Bolsonaro com as reportagens sobre o Caso Queiroz. Constança se dedica a essa cobertura desde o princípio."
A matéria relata a sequência das ações de propagação de mentiras: "a partir da publicação do Terça Livre, com base em declarações distorcidas de Constança divulgadas por um blogueiro belgo-marroquino num site francês, a vida da jornalista virou um tormento. Ela foi xingada, ameaçada e tornou-se tema de memes nas redes. Páginas falsas dela foram criadas na internet. Pior: a certa altura, o próprio presidente compartilhou o post do Terça Livre em suas redes sociais, amplificando os ataques. O Estado, que logo publicou uma reportagem sobre o caso em seu site, mostrando que as declarações da repórter haviam sido deturpadas, também acabou se transformando em alvo das milícias virtuais, que "subiram" a hashtag #EstadaoMentiu no Twitter, para tentar desqualificar o jornal."

O jornal faz extensa reportagem sobre o funcionamento das redes de assassinato de reputação do Bolsonarismo e "mostra como ela funciona, quem são seus principais líderes e apoiadores e quais são seus tentáculos nos gabinetes palacianos e parlamentares. Conta, também, os casos de outras vítimas das milícias virtuais bolsonaristas e olavistas. Além de jornalistas, a lista inclui personalidades e influenciadores da própria direita e integrantes do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, indicado pelo próprio Olavo de Carvalho."



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