Um dos principais
operadores da Lava Jato, o operador Lúcio Funaro já havia afirmado em seus
depoimentos que Temer participou de ao menos cinco esquemas de pagamento de
propina; em um dos depoimentos, contou também que repassou R$ 1 milhão para o
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comprar votos de deputados no
processo do impeachment de Dilma Rousseff; "Comprar votos.
Exatamente", disse
247 - A prisão de
Michel Temer em operação da Lava Jato nesta quinta-feira 21 confirma que a
presidenta eleita e deposta pelo golpe, Dilma Rousseff, estava cercada por uma
quadrilha e foi tirada do poder por ela. Segundo o Ministério Público
Federal, que se baseou na delação premiada do executivo José Antunes Sobrinho,
da empreiteira Engevix, para prender o ex-presidente, houve pagamento de
vantagens indevidas ao emedebista a partir da obra da usina Angra 3.
Um dos principais
operadores da Lava Jato, o operador Lúcio Funaro já havia afirmado em seus
depoimentos que Temer participou de esquemas de pagamento de propina a
políticos do MDB, antigo PMDB, e se beneficiou deles. Ele citou ao menos cinco
esquemas que tivesse o envolvimento de Temer: ele teria se beneficiado por
valores pagos pela empreiteira Odebrecht; no contrato da usina nuclear de Angra
3; em esquemas de propina no Porto de Santos e também por repasses do Grupo
J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Em um
dos depoimentos, Lúcio Funaro contou também que repassou R$ 1 milhão para o
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) comprar votos de deputados no
processo do impeachment de Dilma Rousseff. Segundo Funaro, Cunha queria
assegurar o afastamento de Dilma.
"Quando
foi aprovar no plenário, ele (Cunha) achava que já estava ganho, mas queria
garantir de qualquer jeito que ela seria afastada esses 180 dias", contou.
Numa mensagem enviada ao celular de Funaro, o ex-deputado perguntou se
"tinha disponibilidade de dinheiro, (para) que ele pudesse ter algum
recurso disponível para comprar algum voto ali favorável ao impeachment da
Dilma. E eu falei que ele podia contar com até R$ 1 milhão, e que eu liquidaria
isso para ele em duas semanas, no máximo".
Questionado
se Cunha teria dito expressamente que o dinheiro seria usado para comprar
votos, Funaro confirmou: "comprar votos. Exatamente".
A PF
também encontrou planilhas fornecidas pelos doleiros Vinícius Claret, o
Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni, relacionadas à prisão de Temer. Aparecem
transferências para Altair Alves Pinto, apontado como operador de Cunha.
De
acordo com os doleiros, Altair era "o homem da mala" que repassava
dinheiro para Cunha e para Temer. Em delação, o empresário José Antunes
Sobrinho também falou em acordo sobre "pagamentos indevidos que somam R$
1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro
Moreira Franco, com anuência de Temer".
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