Procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, deve enviar requerimento ao TSE para que juízes
federais tenham atribuição eleitoral; "Desse modo, com essa proposta, os
processos conexos que seguiriam para um juiz de direito com função eleitoral,
permaneceriam nas varas federais que passariam a ter atribuição
eleitoral", disse; proposta vem após o STF decidir que crimes conexos a
crimes eleitorais sejam julgados pela Justiça Eleitoral, o que, segundo os procuradores
enfraquece a Lava jato
Reuters/Uesley Marcelino |
Vinícius Lisboa, repórter da Agência Brasil - A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou que deve enviar ainda
hoje (25) requerimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que juízes
federais tenham atribuição eleitoral. Raquel Dodge participou, nesta
segunda-feira, de um seminário internacional sobre transparência e combate à
corrupção no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, organizado pelo Conselho
Nacional de Justiça e pela Fundação Konrad Adenauer.
A proposta da
Procuradoria-Geral da República vem após a decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF) de que crimes conexos a crimes eleitorais sejam julgados pela Justiça
Eleitoral. Raquel Dodge disse também que pretende aumentar, neste ano, o número
de procuradores eleitorais e agora avalia a criação de forças-tarefas no
Ministério Público Eleitoral.
"Estamos
estudando a implantação de forças-tarefas eleitorais exatamente para adotar um
modelo de atuação com exclusividade, com maior dedicação, e agora na área
eleitoral, para coibir e prevenir a prática de corrupção eleitoral, um trabalho
que também vai focar a investigação e o processamento do caixa dois
eleitoral", informou.
Ao
abrir o seminário, Raquel Dodge disse que já existe na sociedade certeza de que
os crimes de colarinho branco provocam mortes. Na palestra, a procuradora
afirmou que a corrupção é um mal que não está ameaçado de extinção, mas
ressaltou que "o Brasil está no caminho para debelar a corrupção".
O evento também contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal
e do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli. O ministro destacou que
mudanças na lei, principalmente a partir de 2001, permitiram que as
instituições tivessem condições de combater a corrupção. "Os resultados de
hoje não são obra de determinadas pessoas, e muito menos de heróis ou
salvadores da pátria."
Toffoli
também comentou as reações à decisão do STF que determinou que os crimes
conexos aos crimes eleitorais sejam enviados para a Justiça Eleitoral.
"Mente
quem diz que determinada decisão levará ao fim do combate, a isto ou aquilo, ou
ao fim desta ou daquela operação. Mente deslavadamente", disse o ministro,
que acrescentou: "É bom lembrar que, na verdade, o que o Supremo fez foi
manter uma jurisprudência de décadas, que vinha de mais de 50 anos. Manteve,
não alterou. Manteve a jurisprudência de que os crimes conexos são julgados
pela justiça especializada, de acordo com o código de processo penal e de
acordo com o código eleitoral".
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