sábado, 9 de março de 2019

OPINIÃO: Dia da mulher é todo dia. Por mais mulheres na política!


Por Arilson Chiorato e Victória Pedro Corrêa


8 de março celebramos o Dia Internacional da Mulher! A data é marcada pela morte de trabalhadoras da Indústria têxtil de Nova York que morreram queimadas, em um incêndio criminoso, por reivindicarem a redução da jornada de trabalho - de 14 horas -, e o direito à licença maternidade. Em 1910 foi instituído o Dia Internacional da Mulher, e desde então passou a ser uma data para reflexão e reivindicação de direitos.
De forma geral, vê-se o Dia da Mulher como uma data para homenagear as nossas mães, irmãs, companheiras e amigas. Oferecer flores e presentes. Não deixa de ser um ato de reconhecimento, contudo, o dia 8 de março tem um significado político muito forte, relevante, e que não pode ser ofuscado pelos gestos de carinho. Este é um dia para pararmos e pensarmos qual é a sociedade que queremos para as mulheres. É por esta razão que convidamos a todos e todas para refletirmos juntos sobre a nossa sociedade, especialmente os homens.
Muitos são os temas abordados pelos movimentos de mulheres e feministas, entre eles, o que se destaca é a violência contra a mulher, mas queremos tratar hoje de outras pautas não menos importantes, como a luta pela igualdade de salários para homens e mulheres que desempenham a mesma função; e o fim da dupla e tripla jornada de trabalho, que são, além do trabalho fora de casa, na maioria das vezes, o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos. Um levantamento do IBGE de 2015 mostra que as mulheres trabalham em média 7,5 horas a mais que os homens por semana, correspondendo de forma geral aos afazeres da casa. 
É comum na estrutura familiar, histórica e cultural, que as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos, idosos e doentes recaiam sobre as mulheres. Essas funções são naturalizadas e pouco questionadas. É como se as mulheres tivessem nascido para desempenhar esse papel, o que sabemos não ser verdade. Não é biológico, é uma construção sociocultural.
Esses paradigmas fazem com que seja mais difícil para as mulheres estudarem, aperfeiçoarem-se profissionalmente e também participarem da política. A mulher é relegada ao espaço doméstico, enquanto para o homem é comum participar do debate público. Na Câmara Federal, apenas 15% dos deputados federais são mulheres, no Senado, o índice é de 14,8%. Já na Assembleia Legislativa do Paraná, apenas 9% das cadeiras são ocupadas por mulheres. Em todo o Estado, apenas 12,6% dos vereadores são mulheres. A única cidade que possui mais mulheres do que homens na Câmara Municipal, é Ourizona.
A participação das mulheres na política é muito importante, nas associações de bairro, nas Igrejas, nos movimentos sociais e também nos cargos públicos. Como a nossa sociedade define os papeis de gênero, mulheres e homens podem ter visões diferentes sobre o que é mais importante para ser debatido. Por exemplo, como as mulheres são responsabilizadas pelo cuidado da casa e dos familiares, são elas que acompanham o preço da cesta básica, os problemas da educação e saúde pública, pois vivenciam majoritariamente esses ambientes. 
Neste 8 de março, desejamos às mulheres uma sociedade mais segura, digna e justa. E que a cada ano possamos ver aumentar a participação das mulheres na política. 
Nossos parabéns pelas mulheres deputadas, vereadoras, prefeitas e vice-prefeitas de todo o Paraná, especialmente, para as vereadoras de Ourizona, e as Deputadas Gleisi Hoffmann e Luciana Rafagnin pela defesa dos direitos das mulheres paranaenses!
* Arilson Chiorato é Administrador, Mestre em Gestão Urbana e Deputado Estadual pelo PT-PR.
* Victória Pedro Corrêa é Cientista Social e mestranda em Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina.


Nenhum comentário:

Postar um comentário