Por
Arilson Chiorato e Victória Pedro Corrêa
8 de
março celebramos o Dia Internacional da Mulher! A data é marcada pela morte de
trabalhadoras da Indústria têxtil de Nova York que morreram queimadas, em um
incêndio criminoso, por reivindicarem a redução da jornada de trabalho - de 14
horas -, e o direito à licença maternidade. Em 1910 foi instituído o Dia
Internacional da Mulher, e desde então passou a ser uma data para reflexão e
reivindicação de direitos.
De forma
geral, vê-se o Dia da Mulher como uma data para homenagear as nossas mães,
irmãs, companheiras e amigas. Oferecer flores e presentes. Não deixa de ser um
ato de reconhecimento, contudo, o dia 8 de março tem um significado político
muito forte, relevante, e que não pode ser ofuscado pelos gestos de carinho.
Este é um dia para pararmos e pensarmos qual é a sociedade que queremos para as
mulheres. É por esta razão que convidamos a todos e todas para refletirmos
juntos sobre a nossa sociedade, especialmente os homens.
Muitos
são os temas abordados pelos movimentos de mulheres e feministas, entre eles, o
que se destaca é a violência contra a mulher, mas queremos tratar hoje de
outras pautas não menos importantes, como a luta pela igualdade de salários
para homens e mulheres que desempenham a mesma função; e o fim da dupla e
tripla jornada de trabalho, que são, além do trabalho fora de casa, na maioria
das vezes, o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos. Um levantamento do
IBGE de 2015 mostra que as mulheres trabalham em média 7,5 horas a mais que os
homens por semana, correspondendo de forma geral aos afazeres da casa.
É comum
na estrutura familiar, histórica e cultural, que as tarefas domésticas e o
cuidado com os filhos, idosos e doentes recaiam sobre as mulheres. Essas
funções são naturalizadas e pouco questionadas. É como se as mulheres tivessem
nascido para desempenhar esse papel, o que sabemos não ser verdade. Não é
biológico, é uma construção sociocultural.
Esses
paradigmas fazem com que seja mais difícil para as mulheres estudarem,
aperfeiçoarem-se profissionalmente e também participarem da política. A mulher
é relegada ao espaço doméstico, enquanto para o homem é comum participar do
debate público. Na Câmara Federal, apenas 15% dos deputados federais são
mulheres, no Senado, o índice é de 14,8%. Já na Assembleia Legislativa do Paraná,
apenas 9% das cadeiras são ocupadas por mulheres. Em todo o Estado, apenas
12,6% dos vereadores são mulheres. A única cidade que possui mais mulheres do
que homens na Câmara Municipal, é Ourizona.
A
participação das mulheres na política é muito importante, nas associações de
bairro, nas Igrejas, nos movimentos sociais e também nos cargos públicos. Como
a nossa sociedade define os papeis de gênero, mulheres e homens podem ter
visões diferentes sobre o que é mais importante para ser debatido. Por exemplo,
como as mulheres são responsabilizadas pelo cuidado da casa e dos familiares,
são elas que acompanham o preço da cesta básica, os problemas da educação e
saúde pública, pois vivenciam majoritariamente esses ambientes.
Neste 8
de março, desejamos às mulheres uma sociedade mais segura, digna e justa. E que
a cada ano possamos ver aumentar a participação das mulheres na política.
Nossos
parabéns pelas mulheres deputadas, vereadoras, prefeitas e vice-prefeitas de
todo o Paraná, especialmente, para as vereadoras de Ourizona, e as Deputadas
Gleisi Hoffmann e Luciana Rafagnin pela defesa dos direitos das mulheres
paranaenses!
* Arilson
Chiorato é Administrador, Mestre em Gestão Urbana e Deputado Estadual pelo
PT-PR.
*
Victória Pedro Corrêa é Cientista Social e mestranda em Sociologia pela
Universidade Estadual de Londrina.
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