A força-tarefa da Operação Lava Jato apontou a negociação de
uma casa no Guarujá (SP) feito pelo ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza,
apontado como operador do PSDB. Os pagamentos teriam envolvido outro
denunciado, o advogado Rodrigo Tacla Duran; ao fisco, o operador tucano afirmou
ter pago R$ 1 milhão pelo imóvel, mas o valor está subfaturado, de acordo com a
força-tarefa
247 - A
força-tarefa da Operação Lava Jato apontou a negociação de uma casa no Guarujá,
litoral sul de São Paulo, feito pelo ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza,
apontado como operador do PSDB. Os pagamentos teriam envolvido outro
denunciado, o advogado Rodrigo Tacla Duran, considerado pelas autoridades
foragido na Espanha. Os agentes policiais destacaram as tratativas ex-dirigente
ao denunciá-lo por lavagem de R$ 100 milhões, cifra, que segundo as
investigações, foi disponibilizada a operadores da Odebrecht nos anos de 2010 e
2011 para eles pagarem propinas a agentes públicos, apontou a força-tarefa.
Tacla Duran ficou conhecido após ter trabalhado para a Odebrecht e ter
denunciado que o advogado Carlos Zucolotto, amigo do ex-juiz Sérgio Moro pediu
propina para mediar acordo de delação premiada na Lava Jato (leia mais).
A casa
em Guarujá foi comprada em 2012. Ao fisco, o operador tucano afirmou ter pago
R$ 1 milhão, mas o valor está subfaturada, de acordo com a força-tarefa. Os
investigadores anexaram aos autos um anúncio feito pelo ex-proprietário em que
ele pediria R$ 3,5 milhões, um ano antes. De acordo com o Ministério
Público Federal, Vieira de Souza, contou com a ajuda de Tacla Duran para pagar
outros R$ 1,6 milhão por fora, aos então proprietários Patrick Jean Divorne e
Jairinete Santos Costa Divorne – não denunciados. Os relatos foram publicados
no Blog do Fausto Macedo.
A força-tarefa
disse Vieira de Souza pagou o imóvel com uma transferência bancária de R$ 400
mil e outros R$ 600 mil oriundos de um empréstimo. "No tocante aos
"empréstimos indiretos" referidos por Paulo Vieira de Souza como a
fonte do pagamento dos R$ 400 mil a título de benfeitorias no imóvel, consistem
em empréstimos tomados da filha Priscila Arana de Souza, no valor de R$ 300
mil, e da ex-esposa Ruth Arana de Souza, no valor de R$ 100 mil, conforme
declarado pelo acusado Paulo Vieira de Souza em sua declaração de ajuste anual
de imposto de renda do ano calendário 2012. Foi por ele declarado ao fisco
nesse documento, ainda, que os R$ 100 mil tomados de empréstimo de Ruth Arana
de Souza teriam sido quitados integralmente em DEZ/12, com recursos próprios, em
espécie, por ele mantidos em sua residência", narra o Ministério Público
Federal.
A
força-tarefa afirma que "o operador financeiro Rodrigo Tacla Duran, após
receber os repasses do Grupo Odebrecht em suas contas no exterior, transferiu
valores para o operador financeiro Wu-Yu Sheng, que se encarregou de, no mês de
aquisição do imóvel por Paulo Vieira de Souza, efetuar no seu interesse pelo
menos 8 transferências bancárias no exterior para a alienante do imóvel, que
totalizaram USD 430 mil".
"Conforme
exposto acima, ao menos US$ 430.000,00, o que, no câmbio corrente, equivale ao
montante de R$ 1.668.400,00, provenientes de crimes praticados pelo Grupo
Odebrecht, tiveram sua origem, movimentação, disposição e propriedade ocultada
e dissimulada, mediante uma série de transferências realizadas no exterior por
Wu-Yu Sheng e Rodrigo Tacla Duran, para contas titularizadas por JAIRINETE
SANTOS COSTA DIVORNE, na China (conta nº 109041350406 no HSBC BANK COMPANY
LIMITED) e na Suíça (conta nº CH78085824327080A000U no SG PRIVATE BANKING
SA)", afirma a força-tarefa.
Por
telefone, o ex-proprietário do imóvel no Guarujá Patrick Jean Divorne afirmou
que não recebeu valor algum fora do país e que o imóvel foi pago somente com os
valores apontados em sua certidão oficializada em cartório.
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