Desde as primeiras horas da manhã de ontem ecoaram pelas ruas
do país gritos de milhares de mulheres em manifestações por igualdade de
direitos, contra a reforma da Previdência, o feminicídio, a violência, a
misoginia e o machismo; em várias cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio
de Janeiro, ouviu-se "Oh Bolsonaro, seu fascistinha, a mulherada vai
botar você na linha"; manifestações por Justiça para a vereadora Marielle
Franco e pela liberdade do ex-presidente Lula também foram constantes nas
marchas de mulheres que marcaram o 8 de março de 2019
247 - Sob o lema
"Pela vida das mulheres, somos todas Marielle", milhares de mulheres
tomaram às ruas em diversas cidades do país neste 8 de março, Dia Internacional
da Mulher, para protestar contra o desmonte da Previdência, o aumento no número
de feminicídios no Brasil e os retrocessos que o governo Bolsonaro.
A
palavra de ordem "Lula Livre" também marcou os atos. Empunhando
faixas e cartazes, os manifestantes denunciam a prisão sem provas e injusta do
ex-presidente Lula
No Rio
de Janeiro, cidade de Marielle, uma multidão tomou às ruas ao redor da
igreja da Candelária, no centro da cidade para cobrar o esclarecimento do
assassinato da vereadora do PSol.
O grito
por justiça foi ouvido em todos os atos espalhados pelo país. Em São Paulo,
milhares de mulheres tomaram o Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista, e saíram
em marcha até a Praça Roosevelt. "Não descansaremos até que haja
justiça para Marielle", disseram as diversas lideranças que participaram
do ato.
Na
próxima semana a morte de Marielle e seu motorista Anderson Gomes vai completar
um ano, sem que o caso tenha sido solucionado.
Resistência
Os
protestos também foram marcados pelo repúdio à política de desmonte do estado
promovida pelo governo de Jair Bolsonaro.
"Oh
Bolsonaro, seu fascistinha, a mulherada vai botar você na linha", gritavam
as centenas de mulheres no ato em Belo Horizonte (MG). O protesto
também repeliu a exploração predatória de mineradoras que resultaram no crime
da Vale em Brumadinho e Mariana.
"Bolsonaro
representa tudo que é contra as mulheres. Ele aglutina em uma pessoa, em uma
imagem. É muito importante estarmos juntos, é uma hora para juntar as pautas,
todo mundo", afirmou a cantora recifense Karina Buhr.
Mulheres
do campo e cidade saíram às ruas de Parauapebas (PA) para denunciar as mazelas
das mulheres, dos atingidos pela mineração e as violências contra as mulheres.
Em
Fortaleza, no Ceará, a marcha percorreu as principais ruas do centro da cidade
para denunciar a violência contra as mulheres. Elas também criticam a reforma
da Previdência, pedem "Lula Livre" e justiça por Marielle.
Para a
advogada Neusly Fernandes a reforma da Previdência, se aprova, afetará
diretamente as mulheres. "Quando conseguimos a possibilidade de aposentar
com cinco anos menos do que os homens, foi em virtude da tripla jornada que a
mulher vive. Precisamos de reformas que ampliem direitos. Essa reforma não só
restringe, mas violenta direitos adquiridos com muita força e luta. As mulheres
precisam ter seus direitos garantidos. Não é esse governo e esse Congresso que
vai fazer a reforma que merecemos."
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