Depois de Jean Wyllys, agora é a vez de a filósofa e
escritora Marcia Tiburi partir para o exílio; desde a campanha ao governo do
Rio ela sofre seguidas ameaças de morte; tanto ela quanto Wyllys moravam no
Rio, a "capital" das milícias armadas que controlam o crime na
cidade, ameaçam pessoas comuns e lideranças e, ao que tudo indica, assassinaram
Marielle Franco um ano atrás; a cada dia ficam mais claros os vínculos entre as
milícias e o clã Bolsonaro; Tiburi está vivendo em algum lugar do nordeste dos
EUA desde dezembro; ela foi acolhida pela organização "Pesquisadores em
Risco"
247 - A filósofa e escritora Marcia Tiburi, que foi candidata
a governadora do Rio de Janeiro pelo PT no ano passado, deixou o Brasil, após sofrer
ameaças. É a segunda liderança da esquerda a deixar o País pelo clima de
perseguição e insegurança que se instalou após a eleição do presidente Jair
Bolsonaro.
No final de
janeiro deste ano, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) abandonou o mandato para o
qual foi reeleito e deixou o Brasil após sofrer intensas ameaças de morte,
incluindo seus familiares.
Marcia
Tiburi está vivendo em algum lugar do nordeste dos EUA desde dezembro. Ela
foi acolhida pela organização "Pesquisadores em Risco", para uma
permanência em uma bolsa literária de caráter emergencial.
Em
entrevista ao blog Nina Lemos, Marcia contou, "com
lágrimas nos olhos, que teve que sair por não se sentir segura, sofrer ameaças
de morte e não poder mais ir na esquina. 'Eu amo o meu país, nunca pensei em
sair do Brasil na minha vida, é muito triste e difícil ter que sair do meu país
por não me sentir segura e não poder fazer mais o meu trabalho.'"
Márcia,
que é autora de mais de vinte livros de filosofia e ficção, acaba de lançar
"Delírio do poder".
Na nova
obra, ela trata justamente da loucura coletiva na era da (des)informação e da
necessidade de se valorizar a reflexão em meio aos descaminhos
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