Rodonorte: concessionária terá 30 dias para reduzir tarifas em 30% após homologação de acordo (Foto: AEN/Pr/divulgação) |
CURITIBA, PR, E
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em acordo de leniência celebrado com o Ministério
Público Federal, a Rodonorte, empresa do grupo CCR que administra concessões de
pedágio no Paraná, se comprometeu a reduzir o valor das tarifas em 30% nas
praças que mantém no estado.
O acordo, noticiado em primeira mão pela
Folha de S.Paulo, e confirmado nesta quarta-feira (6) pelo MPF, ainda precisa
ser homologado pela Justiça.
Após a homologação, a empresa terá 30 dias
para implantar a redução da tarifa de pedágio, que deve se estender até somar
R$ 350 milhões em abatimentos.
A concessionária ainda se comprometeu a
realizar as obras previstas no contrato inicial com o governo estadual, mas que
não foram executadas em função de aditivos contratuais. O valor dos
investimentos deve alcançar R$ 365 milhões.
No acordo, a concessionária admite o
pagamento de propinas milionárias a integrantes do governo do Paraná -que é
alvo da Operação Lava Jato.
Segundo as investigações, empresas que
administravam o pedágio pagavam percentuais de propina a agentes públicos e
políticos há cerca de 20 anos, em troca da supressão de obras previstas em
contrato e de reajustes de tarifas em seu benefício.
Um ex-motorista da concessionária, que
trabalhava na presidência da Rodonorte, disse aos procuradores que entregou
malas de dinheiro na sede do governo. Além dos montantes levados ao Palácio
Iguaçu, ele também relatou entregas no Tribunal de Contas do estado e na
associação das empresas concessionárias.
No total, o acordo prevê o pagamento de R$
750 milhões em multas pela Rodonorte.
Após a Folha de S.Paulo ter noticiado as
tratativas entre a empresa e os investigadores, na última terça (5), as ações
da CCR na Bolsa chegaram a cair 5,14% (de R$ 14 para R$ 13,28 cada ação).
Com a divulgação da celebração do acordo,
por volta das 15h desta quarta (6), os preços começaram a se recuperar. A
expectativa no mercado é que o valor das ações feche em R$ 13,95 até o final
desta quarta.
Em São Paulo, a CCR reconheceu que deu
cerca de R$ 25 milhões em recursos de caixa dois para tucanos e petistas, mas
afirmou que nunca pagou propina. O Ministério Público do estado aceitou o
acordo, mas investiga se a empresa contou a verdade.
A CCR pagou uma multa de R$ 81,5 milhões
para se livrar de processos na seara paulista.
Fonte:
Bem Paraná
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