Em pleno Carnaval e enquanto o país ainda está de luto
pela morte de Arthur Lula da Silva, Jair Bolsonaro acordou a segunda-feira com
uma sequência de três tweets nos quais informa o pais que pretende dar início a
uma feroz campanha de perseguição na Educação brasileira; ele ameaça
estudantes, professores e funcionários de escolas e Universidades com uma Lava
Jato ideológica; em suas mensagens, prevê que haverá resistência: "Sabemos
que isto pode acarretar greves e movimentos coordenados"; e insinua que
haverá repressão; enquanto o país celebra o Carnaval da repulsa ao
bolsonarismo, ele urde sua vingança
247 - Em pleno
Carnaval e enquanto o país ainda está de luto pela morte de Arthur Lula da
Silva, Jair Bolsonaro acordou a segunda-feira (4) com uma sequência de três
tweets nos quais informa o pais que pretende dar início a uma feroz campanha de
perseguição na Educação brasileira. Ele ameaça estudantes, professores e
funcionários de escolas e Universidades com uma Lava Jato ideológica. Em suas
mensagens, prevê que haverá resistência: "Sabemos que isto pode
acarretar greves e movimentos coordenados". E insinua que haverá repressão.
Chefe do Executivo, dá ordens ao Judiciário. Enquanto o país celebra o Carnaval
da repulsa ao bolsonarismo, ele urde sua vingança.
Na
sequência de tweets, Bolsonaro manipula as informações para criar a ideia de
que se gasta "demais" com educação no país. Ele constata o salto dos
investimentos brasileiros em educação durante os governos do PT: "Em 2003
o MEC gastava cerca de R$30bi em Educação e em 2016, gastando 4 vezes mais,
chegando a cerca de R$130 bi". Para em seguida tentar transformar essa
evolução aplaudida mundialmente em um fato "negativo": o Brasil
"ocupa as últimas posições no Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (PISA)" -na avaliação do Programa Internacional de Avaliação
de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês)de 2016, o país ficou na 63ª posição em
ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.
Além da
repressão, os tweets servem como anúncio de mais cortes na educação. Bolsonaro
claramente enuncia a tese de "gastar menos e melhor", que não
encontra qualquer conexão com a realidade histórica. "Brasil gasta mais em
educação em relação ao PIB que a média de países desenvolvidos" -escreve
ele ou algum assessor em um dos tweets, escondendo que o país, no mesmo ano da
última aplicação do PISA (2016), tinha gasto acumulado por aluno de US$ 38.190
por ano, ou seja, o equivalente a 42% da média de US$ 90.294 de investimento
feito por estudante em países da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico).
De
maneira proposital, Bolsonaro apresenta o número do orçamento para Educação do
último ano dos governos do PT -o orçamento de 2016, aprovado em 2015, ainda sob
o governo Dilma Roussef. É a indicação de que os ataques serão contra o melhor
período da Educação no país. Em suas mensagens, ele escamoteia que desde então,
por conta do texto de gastos e da vontade política que controla o Executivo
desde o golpe de 2016, a Educação no Brasil só tem tido cortes e deixou de ser
prioridade. No orçamento de 2018, a Educação já sofreu uma redução orçamentária
para R$ 144 bilhões.
Veja a
sequência de tweets de Bolsonaro nesta manhã:
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