Presidente Jair Bolsonaro nomeou o tenente-brigadeiro Ricardo
Machado Vieira, que ocupava desde fevereiro o cargo de assessor especial da
presidência do FNDE, para ser o secretário executivo do MEC; ingresso do
brigadeiro no 2º maior posto do ministério representa uma intervenção direta da
ala militar na pasta, que vem sendo assolada por decisões errôneas por parte do
ministro Ricardo Vélez Rodriguez e por disputas internas lideradas pelos
partidários do astrólogo Olavo de Carvalho, guru ideológico do clã Bolsonaro;
ex-secretário executivo do MEC Luiz Antonio Tozi, considerado um quadro técnico
pelos servidores, foi demitido após ter tentado enfrentar a influência dos
olavistas na área
247 - O presidente Jair Bolsonaro nomeou mais um militar para o
alto escalão do seu governo. Desta vez, o escolhido foi o tenente brigadeiro
Ricardo Machado Vieira, que ocupava desde fevereiro o cargo de assessor
especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
agora será o secretário Executivo do Ministério da Educação (MEC). O ingresso
do brigadeiro no 2º maior posto do ministério representa, na prática, uma
intervenção direta da ala militar na pasta, que vem sendo assolada por decisões
errôneas por parte do ministro Ricardo Vélez Rodriguez e por disputas internas
lideradas pelos partidários do astrólogo Olavo de Carvalho, guru ideológico do
presidente Jair Bolsonaro.
Machado assume o cargo em meio aos boatos de que sua ida para
a Secretaria Executiva está ligada a uma possível demissão de Vélez pelo
presidente Jair Bolsonaro. Neste caso, o militar assumiria interinamente o
comando da pasta. Uma outra opção que estaria em análise, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, seria preservar Vélez no cargo, mas sem poder algum. Com
isso, o governo evitaria maiores desgastes e tentaria se aproximar dos
profissionais da área de educação, cada vez mais críticos das decisões tomadas
pelo comando do MEC.
Vélez já chegou a
anunciar dois secretários executivos, mas acabou desautorizado pela cúpula do
governo. A crise no MEC já dura mais de um mês e é marcada por uma série de
decisões polêmicas, disputas internas e por mais de 15 exonerações em postos
chaves. A entrada de machado, considerado um dos homens fortes da cúpula da
Aeronáutica, deverá ajudar a combater a influência dos "olavistas" na
pasta da Educação. Nesta quinta-feira (29), Vélez nomeou dois simpatizantes e
seguidores de Olavo de Carvalho como seus assessores diretos.
O
ex-secretário executivo do MEC Luiz Antonio Tozi, considerado um quadro técnico
pelos servidores do ministério, foi demitido a pedido do próprio Jair
Bolsonaro, após ter tentado enfrentar a influência dos seguidores de Olavo de
Carvalho na pasta.
Machado também é considerado próximo de outros militares do governo, como o
general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
do vice-presidente Hamilton Mourão e do ministro da Secretaria de Governo,
Carlos Alberto Santos Cruz.
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