'Bolsonaro é fundamental para que superemos as políticas de
esquerda' diz senadora chilena de partido de direita; 'Juntar-se hoje com
Bolsonaro é como juntar-se a Hitler de 1936', diz deputada Carmen Hertz, do
Partido Comunista. A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Chile, a primeira
que ele faz ao país desde que tomou posse, está gerando forte polêmica no
território andino. Bolsonaro desembarcou no fim da tarde desta quinta-feira
(21) em Santiago
247 - Por Marcia Carmo, na BBC Brasil - 'Bolsonaro é
fundamental para que superemos as políticas de esquerda' diz senadora chilena
de partido de direita; 'Juntar-se hoje com Bolsonaro é como juntar-se a Hitler
de 1936', diz deputada Carmen Hertz, do Partido Comunista. A visita do
presidente Jair Bolsonaro ao Chile, a primeira que ele faz ao país desde que
tomou posse, está gerando forte polêmica no território andino. Bolsonaro
desembarcou no fim da tarde desta quinta-feira (21) em Santiago.
De um lado, a
oposição, que tem maioria no Congresso, e entidades de direitos humanos
rejeitam a visita de Bolsonaro por conta de declarações elogiando o ditador
Augusto Pinochet (1915-2006), feitas durante a campanha presidencial. No
Twitter, a deputada do Partido Comunista Carmen Hertz disse que "juntar-se
hoje com Bolsonaro é como juntar-se a Hitler de 1936".
De
outro está o anfitrião, o presidente Sebastián Piñera, de centro-direita, e
parlamentares da base governista, que veem a visita como uma forma importante
de aproximar os dois países.
"Não
nos cabe como chilenos questionar decisões soberanas de outros países. E
Bolsonaro é fundamental para que superemos as políticas de esquerda", diz
Jacqueline Van Rysselberghe, do partido de direita União Democrática
Independente (UDI), que integra a base governista
Bolsonaro
foi convidado por Piñera para participar com outros líderes regionais de
discussões sobre o lançamento do organismo regional Prosul. A entidade pretende
ocupar o lugar da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que teve respaldo
dos ex-presidentes Lula e de Hugo Chávez.
Para o
analista e professor da Universidade de Valparaíso Guillermo Holzmann, a Prosul
simbolizaria a guinada à direita da região e teria objetivos como a coordenação
de políticas sobre a Venezuela e de medidas econômicas e comerciais voltadas,
entre outros, para países da Ásia-Pacífico.
Para
Holzmann, a divisão sobre a visita de Bolsonaro se deve "às declarações
sobre Pinochet e mais recentemente sobre (o ditador) Alfredo Stroessner, do
Paraguai, além do que já disse sobre as mulheres, que não são bem vistas por
políticos e pelos setores que defendem a democracia e condenam os anos de
ditadura na região".
Bolsonaro
elogiou o ditador Stroessner em encontro recente com o presidente do Paraguai,
Mario Abdo Benítez, que é filho de um dos principais assessores do mandatário
que governou o país entre 1954 e 1989.
Ao
chegar ao Chile, Bolsonaro disse, segundo veículos locais, que "aqui não
vou falar de Pinochet".
Para
Holzmann, a presença do presidente brasileiro reforçará a imagem de Piñera como
líder da centro-direita no Chile, o que poderá dificultar o andamento dos seus
projetos no Congresso - o governo não tem maioria no Parlamento.
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