O atirador que transmitiu as imagens online foi identificado
como Brenton Tarrant, um australiano. Ele publicou um manifesto de 74 páginas
em uma rede social, no qual elenca líderes racistas americanos como seus
heróis, descreve o ataque como um ato terrorista e disse que transmitiria a
ação pela internet
247 - As primeiras informações que chegam do atentado aos
muçulmanos e muçulmanas na Nova Zelândia, que matou ao menos 49 pessoas,
indicam que autoria foi de pessoas partidárias do supremacismo branco e de
extrema-direita. O atirador que transmitiu as imagens online foi identificado
como Brenton Tarrant, um australiano. Ele publicou um manifesto de 74 páginas
em uma rede social, no qual elenca líderes racistas americanos como seus
heróis, descreve o ataque como um ato terrorista e disse que transmitiria a
ação pela internet -o que de fato fez.
O criminoso
divulgou, antes de começar o ataque, um vídeo em que se identificava como um
australiano de 28 anos, defensor da ideologia de extrema-direita e anti-imigração.
As contas dele Facebook e no Instagram foram removidas. O Facebook afirmou que
estava trabalhando para remover as cópias do vídeo.
Um
vídeo, que circulou amplamente pelas redes sociais e foi transmitido ao vivo
durante o ataque, mostra uma pessoa carregando um fuzil em um carro. Enquanto
isso, ouvia uma canção chamada "Serbia Strong" (Sérvia Forte, em
tradução livre), um cântico nacionalista sérvio que louva Radovan Karadzic,
ex-presidente da Sérvia condenado por crimes de guerra e contra a humanidade
devido ao massacre de Srebrenica, na Bósnia, em 1995.
O
jornalista Jamil Chade opina em seu blog que "ainda é cedo para tirar
conclusões sobre o atentado terrorista ocorrido na Nova Zelândia contra
muçulmanos, num dos países mais pacíficos do mundo. Mas o que é evidente é a
presença de um ingrediente recorrente em atos dessa natureza: o ódio".
Chade
prossegue dizendo que "tanto entre os muçulmanos como entre os radicais de
direita, não há como tratar tais atos sempre como casos isolados, abandonando o
cenário e os incentivos aos quais que esses criminosos são expostos".
"Se
não existe um risco de uma invasão muçulmana na Nova Zelândia, se o país não
está em guerra e se a pobreza não é sequer uma ameaça, de onde viria tanto
ódio?"
"Nos
últimos anos, dezenas de intelectuais, políticos e centros especializados
passaram a buscar uma resposta a situações parecidas. Quase todos chegaram em
uma mesma constatação: a insistência do uso discurso do ódio como instrumento
de poder pode, de forma indireta, levar certos integrantes de um grupo na
sociedade a passar à ação", enfatiza Chade.
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