Com o discurso do armamento perdendo força por
conta da tragédia na escola em Suzano, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
busca manter viva a sua tese em cima da crise política na Venezuela; ele diz
que os venezuelanos poderiam derrubar Maduro se não fosse a campanha de
desarmamento feita no país em 2012;
247 - Buscando
justificar o armamento, depois do enfraquecimento da tese com a tragédia em uma
escola de Suzano, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usa a crise política na
Venezuela para dizer que a decisão de desarmar a população seria a causa dos
problemas do país.
Fazendo
uma manobra em seu discurso, o deputado afirmou nesta quinta-feira (14), após
ser escolhido para presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa
Nacional da Câmara, que a população da Venezuela está desprotegida desde que
houve uma campanha pelo desarmamento no país em 2012, e que os venezuelanos
teriam mais chances de se defender de Nicolás Maduro se as pessoas pudessem ter
armas.
"Eu preferiria que não tivesse tido o desarmamento porque
assim o povo teria uma chance de sobreviver. Hoje eles são massacrados. Toda
manifestação que tem, alguém de algum coletivo passa, dá alguns tiros, intimida
as pessoas a não saírem nas ruas, elas ficam mais em casa e demonstra-se menos
força contra o Maduro. É uma estratégia terrorista", disse.
A realidade contradiz Eduardo e os que defendem o armamento.
Pesquisa feita pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, divulgada
no ano passado, mostra que, nos últimos anos, os mortos por arma de fogo no
mundo aumentaram, e mais da metade dos casos (51%) se concentram em seis
países: Brasil, Estados Unidos, México, Colômbia, Venezuela e Guatemala.
Calcula-se que que 251 mil pessoas morreram por armas de fogo em
156 países recenseados durante o ano de 2016, contra 209 mil mortes em 1990. O
Brasil lidera a classificação de 2016, com 42 mil mortos, seguido pelos Estados
Unidos, com mais de 37 mil. Já o México, Colômbia e Venezuela contabilizam
entre 10 e 20 mil cada, e a Guatemala conta pouco mais de 5 mil.
Eduardo participou das manifestações pelo impeachment da
presidenta Dilma Roussef, em 2016, e foi flagrando com uma arma na cintura
enquanto discursava em um dos atos. Mas diferentemente dele, a imensa maioria
dos que participaram dos atos estavam desarmadas.
Ele aprofunda a sua tese e associou democracia ao armamento.
"Todo país democrático não se preocupa com seu povo armado. A preocupação
tem que ser com os bandidos armados e, para isso, o desarmamento não ajudou em
nada", declarou.
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