Nome
sugerido por Santos Cruz, coronel Didio Pereira de Campos reforça estrutura de
comunicação para evitar novas crises como as criadas pelo presidente
GUSTAVO URIBE - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em uma tentativa de evitar novas crises nas redes sociais, o governo do presidente Jair Bolsonaro escalou um militar para coordenar a estrutura de mídias digitais e reforçar a comunicação oficial do Palácio do Planalto.
Ex-chefe da
assessoria de imprensa do Exército, o coronel Didio Pereira de Campos comandará
uma nova estrutura chamada Comunicação Global, que ficará responsável pelo
monitoramento das redes sociais, publicidade oficial e criação de conteúdo.
Com
a sua chegada, a gestão das mídias digitais, que estava subordinada à
secretaria de imprensa, passa a ser controlada pela nova estrutura, assim como
a área de publicidade, que estava sem um gestor específico desde o início do
governo.
A
indicação foi feita pela equipe do ministro da Secretaria de Governo, general
Carlos Santos Cruz, e ocorreu após um diagnóstico da equipe do presidente,
sobretudo do núcleo militar, de que a comunicação oficial precisava ser
melhorada diante das últimas polêmicas
Na semana passada,
Bolsonaro compartilhou vídeo, filmado durante o Carnaval, no qual um homem
introduz um dedo no próprio ânus e recebe jato de urina na nuca. Neste domingo
(10), ele divulgou relato deturpado contra uma repórter.
Os
dois episódios causaram polêmica e foram criticados, em caráter reservado, por
assessores presidenciais, para os quais Bolsonaro não deveria gastar seu
capital político com assuntos menores no momento em que o foco do Palácio do
Planalto é a aprovação da reforma previdenciária.
Eles
avaliam, contudo, que o temperamento do presidente é "irrefreável",
como definiu um auxiliar palaciano, e que, apesar dele já ter sido recomendado
a diminuir o tom nas redes sociais, dificilmente mudará a postura, sobretudo ao
ter o filho Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) como uma espécie de consultor em redes
sociais.
O
coronel é descrito como um militar de perfil moderado e técnico. Apesar de sua
entrada na equipe de comunicação, a estrutura geral continuará a ser chefiada
por Floriano Amorim, indicado pelo posto por Carlos, que blindou as contas
oficiais do pai.
O
episódio da semana passada, do vídeo obsceno, foi detectado pelo monitoramento
do Palácio do Planalto como desencadeador de desmobilização de apoiadores de
Bolsonaro nas redes sociais.
Além
do reforço na comunicação social, o Palácio do Planalto busca um profissional
experiente que oriente Bolsonaro nas declarações públicas. A equipe do
presidente já começou a procurar uma pessoa que se encaixe nesse perfil de
conselheiro, mas tem encontrado dificuldades diante da limitação salarial dos
cargos disponíveis pelo governo.
O
entorno de Bolsonaro é entusiasta do nome do jornalista Alexandre Garcia, que
deixou a Rede Globo no final do ano passado e ocupou o cargo de porta-voz na
gestão de João Figueiredo (1979-1985), durante a ditadura militar. Ele, contudo,
já sinalizou que não pretende fazer parte do governo.
Fonte: Noticias ao
Minuto
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