"Declaro a nulidade do processo de votação da questão de
ordem submetida ao plenário pelo senador da República Davi Alcolumbre, a
respeito da forma de votação para os cargos da Mesa Diretora. Comunique-se, com
urgência, por meio expedito, o senador da República José Maranhão, que,
conforme anunciado publicamente, presidirá os trabalhos na sessão marcada para
amanhã (sábado)", diz a decisão do ministro Dias Toffoli, presidente do
STF; com isso, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) volta a ser o favorito
247 – "O presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu anular decisão do
plenário do Senado pelo voto aberto na eleição para a presidência da Casa e determinou
que a votação seja secreta", informa o jornalista Leandro Colon, no portal
Uol. "Declaro a nulidade do processo de votação da questão de ordem
submetida ao plenário pelo senador da República Davi Alcolumbre, a respeito da
forma de votação para os cargos da Mesa Diretora. Comunique-se, com urgência,
por meio expedito, o senador da República José Maranhão, que, conforme
anunciado publicamente, presidirá os trabalhos na sessão marcada para amanhã
(sábado)", diz a decisão. Com isso, o senador Renan Calheiros (MDB-AL)
volta a ser o favorito.
Saiba mais sobre a confusão
desta sexta-feira:
BRASÍLIA (Reuters) - O Senado decidiu
suspender na noite desta sexta-feira a sessão para escolher o novo presidente
da Casa até o sábado às 11 horas, após o presidente em exercício da Casa e
pré-candidato ao cargo, Davi Alcolumbre (DEM-AP), colocar em votação simbólica
proposta para tentar resolver o impasse sobre se a votação será aberta ou
fechada e sobre o fato de ele presidir a sessão.
Essa
decisão ocorreu após uma tensa sessão marcada por bate-bocas e acusações de
“usurpação” da cadeira da presidência e da regra dos trabalhos da Casa feitos
principalmente por Renan Calheiros (MDB-AL), candidato a presidir o Senado pela
quinta vez, e aliados dele. Há quem, na sessão, tenha dito que vá recorrer à
Justiça para anular a sessão.
A
maior queixa desse grupo foi quanto ao fato de Alcolumbre ter presidido a
sessão de preparação dos trabalhos para a escolha do presidente do Senado,
trabalhando pela fixação do voto aberto, mesmo ele sendo pré-candidato ao cargo.
A
sessão foi encerrada após o senador do DEM colocar em votação proposta do
colega Cid Gomes (PDT-CE) para suspender a sessão para o sábado pela manhã a
fim de se buscar um acordo. O acerto que tenta ser costurado é para Alcolumbre
deixar o comando dos trabalhos e outro parlamentar conduza a sessão, desde que
ele não derrube nenhuma das decisões da sessão desta sexta.
Renan
e aliados defendem que a sessão para a escolha do presidente do Senado só pode
ser comandada pelo senador José Maranhão (MDB-PB), o senador mais idoso da Casa
e um dos seus aliados no partido.
VOTO ABERTO
Em
uma derrota para Renan, que pregava o voto secreto, conforme prevê o regimento
interno, o plenário do Senado definiu a votação aberta para a escolha do
presidente da Casa. Foram 50 votos pelo voto aberto e somente 2 contra, numa
votação que ocorreu sob fortes protestos e troca de insultos.
Após
esse resultado, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) posicionou-se ao lado de
Alcolumbre e disse que não permitiria que ele presidisse a sessão. Ela chegou a
pegar a pasta com informações a respeito de decisões regimentais de
questionamentos feitas por senadores e se negou a devolvê-la para Alcolumbre.
As
bancadas de senadores do PSDB e do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro,
se posicionaram na noite desta sexta-feira fechados a favor do voto aberto para
a escolha do presidente do Senado, segundo a lista de votantes feita pela Mesa
Diretora. Outras legendas também votaram unânimes a favor do voto aberto.
Durante
a sessão, Alcolumbre alegou ter amparo regimental para presidir a sessão
preparatória para a votação por ser o único senador remanescente e habilitado
da Mesa Diretora passada. Ele é o terceiro suplente da mesa anterior.
Por
outro lado, a avaliação de aliados de Renan é que o senador do MDB —desgastado
nos últimos anos em razão de denúncias e investigações que o atingiram— teria
mais chances de vencer numa votação secreta e comandar o Senado pela quinta
vez. Recentemente, Renan —que na campanha eleitoral apoiou para presidente o
petista Fernando Haddad— mandou sinais de aproximação a Bolsonaro.
Senador
de primeiro mandato e que ficou em outubro em terceiro para o governo do Amapá,
Alcolumbre quer também se viabilizar como um candidato anti-Renan. Nos
bastidores, ele ainda conta com respaldo do ministro da Casa Civil e
correligionário, Onyx Lorenzoni. O suposto movimento de Onyx a favor do aliado
gerou críticas de senadores sobre interferência do Planalto na disputa.
Em
uma das falas no plenário, Renan chegou a ironizar a atuação de Alcolumbre.
“Os
meus companheiros do MDB vão me desculpar, mas como é que é posso ser candidato
contra Vossa Excelência, que pode tudo? Eu vou é votar aberto em Vossa
Excelência e bater continência para Vossa Excelência e o Onyx”, disse, numa
crítica ao ministro da Casa Civil.
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