Desde dezembro, quando Renan Calheiros (MDB) começou a
construir sua candidatura à presidência do Senado, cargo que quer ocupar pela
quinta vez, o emedebista produziu uma inflexão no discurso e trocou os ataques
à reforma da Previdência de Michel Temer por elogios à agenda econômica de
Bolsonaro, que aprofunda a revisão nas regras já dramáticas de aposentadoria de
seu antecessor; a recíproca é verdadeira: Bolsonaro telefonou para Renan e quer
um encontro
247 - Desde dezembro, quando Renan Calheiros (MDB) começou a
construir sua candidatura à presidência do Senado, cargo que quer ocupar pela
quinta vez, o emedebista produziu uma inflexão no discurso e trocou os ataques
à reforma da Previdência de Michel Temer por elogios à agenda econômica de
Bolsonaro, que aprofunda a revisão nas regras já dramáticas de aposentadoria de
seu antecessor. A recíproca é verdadeira: Bolsonaro telefonou para Renan e quer
um encontro.
A reportagem do jornal O Globo mostra
o instinto impressionante de sobrevivência do senador alagoano e destaca sua fala
em terceira pessoa: "o velho Renan cumpriu seu papel em momentos
dramáticos da vida nacional. Mas ele precisa sair de cena. O novo Renan parece
mais convincente, mais calmo, mais amplo do ponto de vista do espectro
político, compreende melhor a complexidade das circunstâncias. É claro que o
velho Renan tem de ser respeitado e, a qualquer momento, pode até ser chamado
de volta".
A
matéria prossegue: "ela, porém, não existe. Renan sabe onde mira. Foi esse
discurso que o conduziu a assumir hoje seu quarto mandato como favorito na
disputa pela Presidência do Senado, marcada para o início da noite.
Especialista em inversões de rumo, o 'velho Renan' já escapou de muitos
naufrágios na política, apoiando e abandonando aliados estrategicamente."
"Quando
o governo de Fernando Collor fez água, Renan foi um dos primeiros a gritar
impeachment. Quando Dilma Rousseff perdeu a guerra com Eduardo Cunha, Renan
liberou os caminhos no Senado a Michel Temer. Ante o rombo no casco aberto por
Joesley Batista, descartou o correligionário da mesma maneira.Mas nem sempre foi preciso trair. Renan manteve-se
alinhado a Fernando Henrique e serviu com igual ímpeto a Lula. Abraçando
tucanos e petistas, diz que agora está aberto a conversar com Bolsonaro."
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